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Centeno: Tarifas dos EUA são um "teste desnecessário à recuperação económica"

O presidente do Eurogrupo vê com preocupação o potencial impacto das tarifas dos EUA na recuperação económica na Europa. Para Centeno este é um "teste desnecessário".

Reuters
05 de Julho de 2018 às 12:26
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O presidente do Eurogrupo foi mais longe no discurso contra as tarifas dos Estados Unidos. Numa altura em que os esforços estão concentrados na ida do presidente da Comissão Europeia à Casa Branca, Mário Centeno afirmou que as tarifas são um "teste desnecessário à recuperação económica". A preocupação não é tanto com as tarifas ao aço e alumínio que já estão no terreno, mas com a ameaça de Donald Trump ao sector automóvel europeu, que tem um peso considerável na economia

"Não sabemos exactamente como é que [a guerra comercial] irá evoluir, mas eu concordo com aqueles que vêem este processo como um teste desnecessário à recuperação económica [europeia] e, na realidade, à expansão que as nossas economias estão a ter", disse Mário Centeno esta quinta-feira numa entrevista à CNBC. A mesma preocupação é partilhada em Bruxelas tanto que Jean-Claude Juncker reúne-se com Trump ainda este mês para tentar chegar a uma solução pacífica

Em 2017, a economia europeia cresceu 2,4%, o ritmo mais elevado numa década. Apesar da desaceleração sentida no primeiro trimestre, há indicadores que mostram uma recuperação em Junho. O Banco Central Europeu baixou a previsão para a subida do PIB na Zona Euro de 2,4% para 2,1% este ano. O receio é que o agravamento da guerra comercial aprofunde a desaceleração.

Estima-se que o impacto das tarifas ao aço e alumínio seja residual, mas a ameaça do presidente dos Estados Unidos às importações de carros europeus tem mexido mais com as instituições europeias. A chanceler, Angela Merkel, disse esta quarta-feira no Parlamento alemão que "vale a pena todos os esforços" para evitar uma guerra comercial, referindo-se às tarifas sobre os automóveis como "muito mais sérias" - até porque este é um sector que tem um peso significativo na Alemanha. 

Para Mário Centeno este é um "grande risco" para a economia global e "certamente para a relação entre os EUA e a Europa". O ministro das Finanças português, que falava enquanto presidente do Eurogrupo, enfatizou a importância de se trabalhar até haver um acordo para limitar o alcance e a duração das tarifas, de forma a minimizar o seu impacto no crescimento económico. 

O Banco de Portugal estima que o agudizar da guerra comercial tenha um impacto negativo de 0,7% na economia portuguesa.

Anteriormente, no G7 dos ministros das Finanças, antes do encontro entre os chefes de Estado, Mário Centeno tinha dito à Bloomberg que era necessário continuar as discussões multilaterais, remetendo a resolução do conflito para Organização Mundial do Comércio. Nessa altura já dizia ser "céptico sobre se, no final do dia, estas guerras comerciais vão funcionar para os países que as começaram".
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