Notícia
Brexit: Governo britânico reivindica "cumprimento" das promessas eleitorais
Londres congratula-se com um "grande acordo" obtido "em tempo recorde e sob condições extremamente difíceis".
24 de Dezembro de 2020 às 15:42
O governo britânico reivindicou hoje ter cumprido as promessas eleitorais de concretizar o 'Brexit' ao negociar um acordo de comércio com a União Europeia (UE) que garante um prolongamento da relacionamento económico sem quotas nem tarifas aduaneiras.
"O acordo é uma notícia fantástica para famílias e empresas em todas as partes do Reino Unido", refere um comunicado, emitido antes de uma conferência de imprensa esperada do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
Londres congratula-se com um "grande acordo" obtido "em tempo recorde e sob condições extremamente difíceis".
Nos últimos dias, Johnson e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen envolveram-se diretamente nas negociações, falando por telefone várias vezes para tentar desbloquear o processo que se arrasta há vários meses, afetados pela pandemia covid-19 e pelas visões opostas dos dois lados sobre o que envolve o 'Brexit'.
Rumores de um acordo comercial antes do Natal surgiram nos últimos dias com base no progresso nas principais questões pendentes: concorrência, resolução de disputas futuras e pesca.
Negociadores da UE e do Reino Unido trabalharam durante a noite e até à véspera de Natal para dar os retoques finais num acordo comercial destinado a evitar uma rotura caótica entre os dois lados no dia de Ano Novo.
Depois de resolver questões pendentes sobre concorrência justa e quase todas as divergências sobre pescas na quarta-feira, os negociadores vasculharam centenas de páginas de textos jurídicos vão definir o relacionamento pós-Brexit entre britânicos e os 27.
Como durante grande parte das negociações ao longo de nove meses, a questão das frotas pesqueiras da UE em águas britânicas provou ser a mais complicada, forçando os negociadores a discutir quotas para algumas espécies até ao amanhecer.
A moeda britânica, a libra esterlina, valorizou esta manhã devido às expectativas de um acordo perante um acordo para evitar barreiras ao comércio entre o Reino Unido e a UE, que movimenta anualmente 668 mil milhões de libras (743 mil milhões de euros).
Mesmo com um acordo, a partir de 01 de janeiro vão passar a ser feitos controlos alfandegários e exigida burocracia adicional porque o Reino Unido passa a ser um país terceiro e deixa de ser membro do mercado único do bloco e da união aduaneira.
Um acordo comercial apenas evita a imposição de taxas aduaneiras que poderiam custar aos dois lados muitos milhões em comércio e centenas de milhares de empregos e passarem a aplicar as condições da Organização Mundial do Comércio.
O próprio governo britânico reconheceu que uma ausência de acordo resultaria em atrasos na circulação de mercadorias nos portos para a UE, escassez temporária de alguns produtos e aumento de preços de alimentos básicos, além de tarifas de 10% sobre exportações de automóveis e 40% na carne de borrego.
O texto do acordo, que terá mais de 2.000 páginas, terá agora de ser aprovado pelo parlamento britânico, num processo encurtado e acelerado entre o Natal e o Ano Novo.
Além dos eurocéticos do próprio Partido Conservador, ciosos das garantias de soberania oferecidas pelo documento, Boris Johnson vai ter de convencer a oposição, nomeadamente o Partido Trabalhista, que terá de decidir se aprova ou não um acordo, mesmo se for considerado insatisfatório.
"O acordo é uma notícia fantástica para famílias e empresas em todas as partes do Reino Unido", refere um comunicado, emitido antes de uma conferência de imprensa esperada do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
Nos últimos dias, Johnson e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen envolveram-se diretamente nas negociações, falando por telefone várias vezes para tentar desbloquear o processo que se arrasta há vários meses, afetados pela pandemia covid-19 e pelas visões opostas dos dois lados sobre o que envolve o 'Brexit'.
Rumores de um acordo comercial antes do Natal surgiram nos últimos dias com base no progresso nas principais questões pendentes: concorrência, resolução de disputas futuras e pesca.
The deal is done. pic.twitter.com/zzhvxOSeWz
— Boris Johnson (@BorisJohnson) December 24, 2020
Negociadores da UE e do Reino Unido trabalharam durante a noite e até à véspera de Natal para dar os retoques finais num acordo comercial destinado a evitar uma rotura caótica entre os dois lados no dia de Ano Novo.
Depois de resolver questões pendentes sobre concorrência justa e quase todas as divergências sobre pescas na quarta-feira, os negociadores vasculharam centenas de páginas de textos jurídicos vão definir o relacionamento pós-Brexit entre britânicos e os 27.
Como durante grande parte das negociações ao longo de nove meses, a questão das frotas pesqueiras da UE em águas britânicas provou ser a mais complicada, forçando os negociadores a discutir quotas para algumas espécies até ao amanhecer.
A moeda britânica, a libra esterlina, valorizou esta manhã devido às expectativas de um acordo perante um acordo para evitar barreiras ao comércio entre o Reino Unido e a UE, que movimenta anualmente 668 mil milhões de libras (743 mil milhões de euros).
Mesmo com um acordo, a partir de 01 de janeiro vão passar a ser feitos controlos alfandegários e exigida burocracia adicional porque o Reino Unido passa a ser um país terceiro e deixa de ser membro do mercado único do bloco e da união aduaneira.
Um acordo comercial apenas evita a imposição de taxas aduaneiras que poderiam custar aos dois lados muitos milhões em comércio e centenas de milhares de empregos e passarem a aplicar as condições da Organização Mundial do Comércio.
O próprio governo britânico reconheceu que uma ausência de acordo resultaria em atrasos na circulação de mercadorias nos portos para a UE, escassez temporária de alguns produtos e aumento de preços de alimentos básicos, além de tarifas de 10% sobre exportações de automóveis e 40% na carne de borrego.
O texto do acordo, que terá mais de 2.000 páginas, terá agora de ser aprovado pelo parlamento britânico, num processo encurtado e acelerado entre o Natal e o Ano Novo.
Além dos eurocéticos do próprio Partido Conservador, ciosos das garantias de soberania oferecidas pelo documento, Boris Johnson vai ter de convencer a oposição, nomeadamente o Partido Trabalhista, que terá de decidir se aprova ou não um acordo, mesmo se for considerado insatisfatório.