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Brexit: acordo de transição não evita transferência das empresas para fora do Reino Unido

Os atrasos no acordo de transição da saída do Reino Unido da União Europeia fazem com que seja tarde demais para evitar que algumas empresas transfiram os seus negócios para fora do território britânico.

Neil Hall/Reuters
20 de Março de 2018 às 13:26
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Após semanas de complexas negociações, a UE e o Reino Unido chegaram a um amplo acordo sobre o período de transição que vai enquadrar as relações entre os dois blocos depois de concretizado o Brexit. Contudo, os atrasos neste acordo causaram danos aparentemente irreparáveis. 

O anúnciou do acordo foi feito esta segunda-feira, 19 de Março, mas não conseguiu impedir que algumas empresas desloquem os seus negócios para fora do país britânico. Quase uma em cada sete empresas da UE com fornecedores no Reino Unido já transferiu alguns dos seus negócios para fora do país, de acordo com o Chartered Institute of Procurement & Supply, citado na Bloomberg.

No mesmo sentido, quase um terço das empresas do Reino Unido com fornecedores na União Europeia aumentaram os preços depois de ser conhecida oficialmente a saída do país britânico do bloco europeu.

As empresas só receberam notícias sobre um acordo preliminar relativo ao acordo de transição segunda-feira passada, tendo já activado planos de contingência para garantir que não seriam surpreendidas pelo Brexit. Este processo de transição vai manter o Reino Unido a operar segundo as normas actuais da União Europeia até ao final de 2020, de modo a dar às empresas e ao governo tempo para se adaptarem à saída do Reino Unido da UE. No entanto, assim que a saída ocorra, prevista para Março de 2019, deixa de ter qualquer direito de voto sobre decisões da UE, segundo a Bloomberg.

Quase um quarto das empresas do Reino Unido planeiam reduzir a sua força laboral para compensar os custos que provocados pelo Brexit, de acordo com as conclusões de um inquérito realizado a mais de 2.000 mil gestores de cadeias de abastecimento mundiais, de acordo com a Chartered Institute of Procurement & Supply.

"As empresas não têm alternativa senão passar alguns dos seus custos para os consumidores, a fim de proteger as suas margens de lucro e permanecer no negócio, como resultado do custo incapacitante do Brexit", afirmou o economista John Glen num comunicado, citado na Bloomberg. E acrescenta que "as empresas que não conseguirem planear com antecedência e aproveitar esta oportunidade para reduzir custos podem não sobreviver".

Mais de uma em 10 empresas da União Europeia deslocaram os seus trabalhadores do Reino Unido desde o referendo e 22% dos negócios britânicos estão a acusar problemas em segurar contractos com os fornecedores da UE, de acordo com Chartered Institute of Procurement & Supply.

A maior farmacêutica do Reino Unido, a GlaxoSmithKline Plc, estimou que os seus custos relativos ao Brexit possam atingir 70 milhões de libras (79,6 milhões de euros) já nos próximos dois a três anos. Haverá ainda custos adicionais de cerca de 50 milhões de libras por ano, segundo a Bloomberg.

 

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