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Braço de ferro entre "coletes amarelos" e forças de segurança continua em Paris

Segundo o ministro do Interior, Christophe Castaner, 8.000 "coletes amarelos" estão concentrados em Paris e um total de 23 mil em toda a França.

Emmanuel Macron. O presidente francês também defende um endurecimento das sanções à Coreia do Norte em resposta ao que classifica como as provocações de Pyongyang. E quer uma União Europeia “unida e clara” nesta matéria.
POOL
24 de Novembro de 2018 às 17:13
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A polícia francesa continua a tentar controlar os manifestantes nos Campos Elísios, Paris, através do lançamento de granadas de gás lacrimogéneo, canhões de água e perímetros de segurança, mas o número de manifestantes está a aumentar, avança a Lusa.


Sem líder, nem orientação centralizada, os chamados "coletes amarelos" recuam e avançam consoante conseguem, dando indicações em voz alta, e reclamando da acção da polícia.


"São as forças da ordem que nos atacaram. Estamos aqui desde manhã e vimo-los a atacar mesmo pessoas mais velhas. Os 'coletes amarelos' não são violentos, eles [polícia] é que nos obrigam a agir assim. Por mim, até que a polícia se acalme, vamos ficar aqui", disse Hervé em declarações à Lusa, vindo da Bretanha com amigos para se manifestar.


Segundo este grupo de bretões, a manifestação deve dispersar-se por volta das 17:00, ocasião em que começa o jogo do Paris Saint Germain. É esta a informação que circula entre os "coletes amarelos" presentes nos Campos Elísios, que comunicam minuto a minuto através das redes sociais como Facebook, mas também serviços de mensagens como o WhatsApp.


Se alguns manifestantes escolhem tentar falar com as forças da ordem, outros não hesitam em atirar pedras e insultar os polícias.


"Eles vivem o mesmo que nós, ganham mal e também saem à rua. Hoje estão contra nós e têm ordens de usar a força contra nós, mas nós somos muitos", disse Oliver, parisiense de 28 anos que agitava a bandeira francesa à frente dos polícias.


A avenida mais famosa de Paris está repleta de material de construção, garrafas de vidro e invólucros de gás lacrimogéneo.


Os lojistas estão barricados dentro das lojas, espreitando de vez em quando para perceber quando a situação vai melhorar, impotentes contra o derrube de vasos e roubo de cadeiras e mesas por parte dos manifestantes.


Perto da praça da Concórdia, cerca de 20 carrinhas de polícia isolam esse perímetro, enquanto há duas barreiras móveis no centro da avenida e no topo, junto ao Arco do Triunfo, cada uma com mais 20 a 30 carrinhas da polícia, incluindo carrinhas de detenção de manifestantes e camiões com canhões de água.


Esta é uma visão que espantou Emanuel, "colete amarelo" luso-descendente, vindo do Sul de França. "Só viemos dizer que há muitos impostos, não estamos aqui parar partir isto tudo.

Espero que o Governo oiça a cidade, é preciso baixar os impostos, apoiar os reformados", disse o luso-descendente, afirmando que nunca viu "coisas assim" em França.


Segundo o ministro do Interior, Christophe Castaner, 8.000 "coletes amarelos" estão concentrados em Paris e um total de 23 mil em toda a França.


Os "coletes amarelos" são um movimento cívico à margem de partidos e sindicatos, criado nas redes sociais e alimentado pelo descontentamento da classe média-baixa, tendo surgido inicialmente como protestos contra o aumento dos combustíveis, mas alargando o descontentamento em relação a várias medidas do Presidente Emmanuel Macron.

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