Notícia
Bancos centrais podem desfazer-se de 100 mil milhões de libras se houver "hard" Brexit
May disse que não haver acordo com a UE "não seria o fim do mundo" e a libra afundou. Mas esse cenário poderá ainda ser mais penalizador para a divisa britânica, segundo um estudo do Bank of America, por causa das reservas detidas pelos bancos centrais.
Os bancos centrais de todo o mundo podem vender mais de 100 mil milhões de libras (109,95 mil milhões de euros) caso o Reino Unido abandone a União Europeia sem um acordo comercial, optando pelo apelidado "hard Brexit". A conclusão consta de um estudo do Bank of America Merrill Lynch desta terça-feira, dia 28 de Agosto, citado pela Reuters.
Actualmente, os bancos centrais, tal como o Banco de Portugal ou o Banco Central Europeu, detêm moeda estrangeira nas suas reservas, incluindo a libra. Esta é uma estratégia para limitar riscos de liquidez, mas também para influenciar o valor dessa mesma moeda nos mercados. A maior parte das reservas são em dólares e, em menor grau, em euros, mas também há em libras.
A dificuldade nas negociações entre Londres e Bruxelas e o aproximar da data de saída da UE - ainda que haja um período de transição - está a preocupar os investidores que anteveem um cenário de hard Brexit em que os laços do Reino Unido com o resto da Europa são totalmente cortados. Ainda hoje chegou mais um balde de água fria: se não houver acordo "não será o fim do mundo", disse Theresa May, empurrando a libra para mínimos de 11 meses face ao euro.
O isolamento pode trazer ainda piores notícias para a moeda britânica. A desvalorização da libra pode ser agravada caso os bancos centrais decidam vender parte das suas reservas, decisão que pode ser accionada caso não haja acordo. Ao todo, as reservas em libras correspondem a 4,5% do total das reservas, segundo o Fundo Monetário Internacional, uma percentagem superior aos 3,6% que se registavam em 1995, de acordo com o Bank of America.
Se esse peso cair um ponto percentual, isso traduz-se na venda de 100 mil milhões de libras. "Num cenário em que os bancos centrais ajustem as suas reservas de libras para a média de longo prazo (3,6%), isto sugere que possam vender para cima de 100 mil milhões de libras das reservas num cenário de não-acordo, mantendo-se tudo o resto igual", escrevem os analistas do Bank of America.
Apesar desse receio ser real - até pelas declarações dos membros do Governo, ainda que possam ser estratégias de negociação - este não é o cenário mais expectável. Theresa May tem dado passos em direcção a um acordo através de um 'soft' Brexit. O próprio Bank of America admite que esse é o cenário mais provável e que os gestores das reservas só irão vender a libra se as negociações falharem em toda a linha.
Para já decorrem as negociações que têm como objectivo alcançar um acordo até Outubro para depois dar tempo à ratificação nos parlamentos nacionais. Uma coisa é certa: a 29 de Março de 2019 o Reino Unido deixará de fazer parte da União Europeia.
Actualmente, os bancos centrais, tal como o Banco de Portugal ou o Banco Central Europeu, detêm moeda estrangeira nas suas reservas, incluindo a libra. Esta é uma estratégia para limitar riscos de liquidez, mas também para influenciar o valor dessa mesma moeda nos mercados. A maior parte das reservas são em dólares e, em menor grau, em euros, mas também há em libras.
O isolamento pode trazer ainda piores notícias para a moeda britânica. A desvalorização da libra pode ser agravada caso os bancos centrais decidam vender parte das suas reservas, decisão que pode ser accionada caso não haja acordo. Ao todo, as reservas em libras correspondem a 4,5% do total das reservas, segundo o Fundo Monetário Internacional, uma percentagem superior aos 3,6% que se registavam em 1995, de acordo com o Bank of America.
Se esse peso cair um ponto percentual, isso traduz-se na venda de 100 mil milhões de libras. "Num cenário em que os bancos centrais ajustem as suas reservas de libras para a média de longo prazo (3,6%), isto sugere que possam vender para cima de 100 mil milhões de libras das reservas num cenário de não-acordo, mantendo-se tudo o resto igual", escrevem os analistas do Bank of America.
Apesar desse receio ser real - até pelas declarações dos membros do Governo, ainda que possam ser estratégias de negociação - este não é o cenário mais expectável. Theresa May tem dado passos em direcção a um acordo através de um 'soft' Brexit. O próprio Bank of America admite que esse é o cenário mais provável e que os gestores das reservas só irão vender a libra se as negociações falharem em toda a linha.
Para já decorrem as negociações que têm como objectivo alcançar um acordo até Outubro para depois dar tempo à ratificação nos parlamentos nacionais. Uma coisa é certa: a 29 de Março de 2019 o Reino Unido deixará de fazer parte da União Europeia.