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Alemanha fecha acordo com Emirados Árabes para a compra de GNL

O chanceler alemão, que está numa viagem de dois dias ao à região do Golfo, admitia ter havido “progressos”. Scholz busca alternativas ao gás russo.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, procura soluções para reduzir a dependência energética face à Rússia.
Filip Singer/Epa
25 de Setembro de 2022 às 13:35
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Os Emirados Árabes Unidos e a Alemanha assinaram este domingo um acordo durante uma visita do chanceler alemão, Olaf Scholz, a Abu Dhabi, que prevê o fornecimento de gás liquefeito e gasóleo a Berlim em 2022 e 2023.

Segundo a agência noticiosa oficial dos Emirados, Wam, o acordo prevê a exportação de uma carga de gás natural liquefeito (GNL) para a Alemanha no final de 2022, seguida do fornecimento de quantidades adicionais em 2023.

O acordo prevê uma entrega direta de gasóleo em setembro e um acordo de fornecimento de até 250.000 toneladas por mês de gasóleo até 2023.

Esta manhã, o chanceler alemão Olaf Scholz já afirmava estar a haver progressos nas negociações com os Emirados Árabes para a compra de gás natural liquefeito (GNL) e de diesel.

Scholz está numa viagem de dois dias à região do Golfo, juntamente com alguns dos maiores industriais do país, para encontrar alternativas para o abastecimento do país. A Alemanha está entre as economias mais dependentes do gás russo, estando já a registar efeitos nos seus dados económicos no seguimento dos cortes de abastecimento via Nord Stream.

"Precisamos de garantir que a produção de GNL no mundo avance até ao ponto em que a elevada procura atualmente existente possa ser atendida sem ter de se recorrer à capacidade de produção que existe na Rússia", afirmou o chanceler alemão aos jornalistas em Abu Dhabi, citado pela Reuters.

No sábado, Olaf Scholz manteve contactos com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, e este domingo ao final do dia deverá viajar para o Qatar.

De visita aos Emirados, Olaf Scholz disse também que o seu país estava determinado a nunca mais depender de um único fornecedor de energia enquanto saudava o progresso dos projetos de gasóleo e gás.

O líder alemão tem vindo a percorrer os países do Golfo desde sábado, numa tentativa de forjar parcerias energéticas na esperança de substituir os fornecimentos russos e atenuar a crise energética causada pela guerra na Ucrânia.

Em Abu Dhabi, Scholz visitou um parque natural com a ministra das Alterações Climáticas dos EAU, Mariam al-Mehairi.

"Fizemos progressos em toda uma série de projetos aqui em termos de produção e compra de gasóleo e gás", disse Scholz aos jornalistas.

"Depender de um (único) fornecedor e depender (também) das suas decisões não nos acontecerá mais certamente", salientou.

"Com os investimentos que estamos a fazer na Alemanha, que se concretizarão gradualmente no próximo ano, teremos de facto uma infraestrutura de importação de gás que significará que deixaremos de estar diretamente dependentes de um fornecedor específico na outra extremidade do gasoduto", acrescentou o chanceler alemão.

No sábado, Scholz encontrou-se com o Príncipe Herdeiro saudita, Mohammed bin Salmane, em Jeddah.

Depois da paragem em Abu Dhabi, deverá viajar para o Qatar, rico em gás, para conversações com o Emir Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani.

A sua viagem ao Qatar acontece um dia depois de este país ter assinado um importante contrato de 1.500 milhões de dólares com o gigante francês de petróleo e gás TotalEnergies para desenvolver o maior campo de gás natural do mundo, que Scholz considerou "importante".

"Temos de garantir que a produção de gás liquefeito no mundo esteja suficientemente avançada para que a elevada procura possa ser satisfeita sem ter de recorrer à capacidade de produção na Rússia utilizada até agora", disse.

Pela sua parte, Al-Mehairi disse que as discussões com o chanceler alemão abrangerão, além da segurança energética, também "a ação climática e o crescimento económico (...), três pilares que devem andar juntos".

Al-Mehairi também reiterou a necessidade de "uma transição justa" a nível global dos combustíveis fósseis para fontes de energia limpa.

Abu Dhabi e Riade criticam o que consideram como modelos de transição "irrealistas", que dizem ter contribuído para a atual crise energética.

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