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Número de desempregados dispara 45,1% no terceiro trimestre do ano

Leu bem: em apenas três meses, o número de desempregados subiu em 45,1%, o equivalente a mais 125,7 mil pessoas à procura de trabalho no trimestre de julho a setembro, quando comparado com o trimestre terminado em junho.

Paulo Calado
04 de Novembro de 2020 às 11:07
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O número de desempregados aumentou 45,1%, no terceiro trimestre deste ano, quando comparado com o segundo. Esta subida é o equivalente a mais 125,7 mil pessoas à procura de trabalho. Os dados foram divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e correspondem à subida trimestral mais elevada desde o início da série, em 2011.

Este aumento do número de desempregados atirou a taxa de desemprego para 7,8%, mais 2,2 pontos percentuais do que o registado no segundo trimestre do ano. Nessa altura, o INE tinha explicado que pelas características do próprio indicador, e dadas as circunstâncias da pandemia, a taxa de desemprego (e o número de desempregados) não estaria a evidenciar a verdadeira degradação que se verificou no mercado de trabalho.

Para ser considerado desempregado, é preciso ter feito diligências ativas para encontrar emprego, e ter disponibilidade para começar a trabalhar. Ora, com as restrições impostas por causa da pandemia – o país esteve sujeito a regras de confinamento apertado nos meses de março, abril e maio – muitas pessoas que perderam o emprego não foram consideradas como desempregadas por não cumprirem os critérios da metodologia aplicada. Essas pessoas foram antes encaixadas na categoria dos inativos.

Assim, nos meses de verão, e à medida que a economia foi sendo desconfinada, foi possível regressar à procura ativa de emprego e ter disponibilidade para começar a trabalhar. O impacto nos números está à vista, com a taxa de desemprego a disparar e o número de desempregados também. No total, estavam sem trabalho 404,1 mil pessoas, no terceiro trimestre deste ano. Em contrapartida, o grupo dos inativos encolheu.

Quando comparado com o mesmo período de 2019, o número de desempregados aumentou 24,9%, o correspondente a mais 80 mil pessoas. A taxa de desemprego subiu 1,7 pontos percentuais face ao período homólogo.

Emprego também subiu, mas muito menos

Olhando para o emprego, também houve uma melhoria em termos trimestrais, no período de julho a setembro, à semelhança do que acontece habitualmente em todos os terceiros trimestres (que coincide com o período de verão, mais forte em atividades de trabalho intensivo, como o turismo). O INE dá conta de um aumento de 68,7 mil postos de trabalho face ao segundo trimestre deste ano.

Porém, em termos homólogos o efeito da recessão e da pandemia de covid-19 salta à vista: havia neste terceiro trimestre menos 147,9 mil pessoas empregadas do que no mesmo período de 2019, o equivalente a uma queda de 3%.

Subutilização atinge 813,7 mil pessoas

Segundo o INE, a subutilização do trabalho abrangeu 813,7 mil pessoas, tendo aumentado 8,7% (65 mil) em relação ao trimestre anterior e 21,9% (146 mil) em relação ao homólogo. A taxa de subutilização atingiu assim os 14,9%, uma subida explicada maioritariamente pelo crescimento do desemprego, indicam os estatísticos do INE.

A subutilização do trabalho é um indicador que soma a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego mas não disponíveis e os inativos disponíveis mas que não procuram emprego. Dadas as circunstâncias da pandemia, este indicador permite ter uma imagem mais fiel da situação do mercado de trabalho do que a taxa de desemprego. 

(Notícia atualizada às 11:35)
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