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Dados sobre semana de 4 dias vão ser partilhados com o INE para outras investigações

O economista Pedro Gomes, que coordena o projeto-piloto, explicou no Parlamento que os dados sobre as empresas que estão a testar a semana de quatro dias vão ser partilhados com o INE para que outros investigadores possam desenvolver estudos, nomeadamente sobre produtividade, mais a médio e longo prazo.

Duarte Roriz

Os dados sobre as empresas recolhidos no âmbito do projeto-piloto sobre a semana de quatro dias vão ser partilhados com o Instituto Nacional de Estatística (INE), de forma anonimizada, para poderem ser estudados por outros investigadores, disse esta quarta-feira o co-coordenador do projeto-piloto, Pedro Gomes, no Parlamento.

"Os trabalhadores dos outros pilotos falam da semana de quatro dias quase como uma experiência religiosa, pelo impacto que tem nas suas vidas. Mais importante vai ser do lado das empresas, esse vai demorar mais tempo" por causa da recolha de dados, disse.

A avaliação mais imediata será feita com inquéritos aos trabalhadores "para ver os efeitos do bem-estar" e inquéritos "ligeiros" aos gestores.

A partilha de dados para outras análises foi abordada numa reunião com o INE e com o Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho (MTSSS), segundo Pedro Gomes (na foto), que foi ouvido esta quarta-feira na Comissão do Trabalho.

O objetivo é "conseguirmos passar os dados das empresas para o INE para eles poderem anonimizarem e poderem cruzar com as bases de dados administrativas. Qual vai ser a vantagem disto? É muito importante para a questão da independência estar disponibilizado a todos os académicos que, através do INE, podem sempre fazer o que nós fizemos, a avaliação vai estar disponibilizada".

A ideia é permitir estudar "também os efeitos a longo prazo". "É uma das críticas dos pilotos que existem é dizer: a avaliação é feita a seis, nove, doze meses, há uma lua-de-mel, e depois a produtividade desce mais para a frente. Nós vamos poder seguir as empresas de forma anonimizada e com todos os critérios do INE podemos estudar. Usando os Quadros de Pessoal e todas as bases de dados administrativas podemos ver os impactos de longo prazo".

O projeto-piloto da semana de quatro dias arrancou no terreno no início de junho com 39 empresas e cerca de 1.000 trabalhadores.

O teste no terreno vai durar até novembro, apenas no privado, com três características principais: tem de haver redução de horário, sem corte de salário, e a decisão é a qualquer momento reversível.

 

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