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Antes da pandemia, salários reais estavam a subir 2,8% em Portugal

Em termos brutos, sem contar com a variação dos preços, a remuneração bruta mensal média por trabalhador subiu 3,2% nos primeiros três meses do ano, face ao mesmo período de 2019.

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Nos primeiros três meses deste ano, antes do impacto da pandemia se fazer sentir de forma relevante no mercado de trabalho, os salários subiram 2,8%, em termos reais – ou seja, descontando o efeito da variação dos preços – quando comparados com o mesmo período do ano passado. Os dados foram publicados esta quinta-feira, 7 de maio, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

A informação serve sobretudo como base de comparação para avaliar o que aí vem. O INE explica que a 22 de abril havia 6.195 empresas já com pedidos de layoff aprovados, que empregavam 72,3 mil trabalhadores e 1,2% do total de remunerações. Mas uma "parte significativa destas empresas estará ao abrigo deste regime apenas a partir de abril", nota o organismo de estatística. Assim, este efeito não deverá ter ainda afetado as dinâmicas salariais de janeiro a março.

No primeiro trimestre deste ano, a remuneração bruta mensal média por trabalhador subiu 3,2% (sem descontar o efeito da inflação) e mostra que o mercado de trabalho continuava dinâmico. 

A remuneração bruta mensal média situava-se assim em 1.189 euros entre janeiro e março. Tanto a componente regular da remuneração bruta mensal média, como a remuneração base aumentaram também 3,2% no mesmo período.

Estes dados, indica o INE, dizem respeito a 4,2 milhões de postos de trabalho, correspondentes a beneficiários da Segurança Social e a subscritores da Caixa Geral de Aposentações.

Dividindo a economia entre setor público e privado, os dados do INE indicam que a subida foi maior no setor privado, do que no público. Enquanto nas administrações públicas houve um aumento de 3%, no privado atingiu os 3,3%.

Há atividades onde o salário bruto subiu 11,7%

O INE nota que a subida das remunerações brutas mensais médias difere de forma muito significativa, consoante o setor de atividade económica em causa. Por exemplo, nas atividades de "eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio", os salários brutos subiram 11,7% no primeiro trimestre. De seguida, destacam-se as atividades administrativas e serviços de apoio, cuja remuneração bruta mensal média aumentou 4,7%.

Já nas atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas, o aumento foi de apenas 0,6% e nas atividades dos organismos internacionais e outras instituições extra-territoriais a subida ficou-se pelos 1,2%.

Olhando à dimensão da empresa, a maior subida nos salários brutos verificou-se nas empresas com menos trabalhadores. A remuneração bruta mensal subiu 4,7% nas empresas com um a quatro trabalhadores. Já nas maiores empresas, com 500 e mais trabalhadores, o aumento ficou-se pelos 2,8%.

Os dados permitem ainda concluir que os aumentos foram maiores nos setores que produzem bens não transacionáveis, isto é, que não são exportados. Nestas atividades, a subida foi de 3,4%. Já nas empresas que produzem para o mercado externo, a subida das remunerações brutas ficou-se pelos 3%. No setor de bens e serviços não transacionáveis e predominantemente não mercantis, que correspondem a atividades predominantemente do setor público, a subida foi de 2,9%.

(Notícia atualizada às 12:43 com mais informação)
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