Notícia
Catarina Martins responde a Passos que BE quer rever legislação laboral
A coordenadora do BE, Catarina Martins, respondeu ao líder do PSD que os bloquistas querem rever a legislação laboral, assumindo os compromissos eleitorais de precariedade zero nas autarquias e trabalho justo nas empresas contratadas pelo poder local.
"Pedro Passos Coelho dizia que não há dia nenhum em que o BE não queira reverter a legislação laboral. Pois tem toda a razão e se era uma acusação ao Bloco, culpados somos. Sim, queremos rever a legislação laboral", afirmou este domingo à noite Catarina Martins num jantar da pré-campanha autárquica em Tomar, distrito de Santarém.
Em Viseu, no sábado, o líder do PSD disse que "não há dia em que o PCP e o BE não queiram reverter a legislação laboral, um dos elementos críticos".
Mas além de querer "reverter as medidas da 'troika' na legislação laboral para combater a precariedade", a líder do BE assumiu ainda hoje dois compromissos autárquicos. "O compromisso do BE em cada freguesia e em cada concelho é precariedade zero. Cada autarquia pode fazer a sua parte", explicou.
O partido quer ainda "o compromisso de trabalho justo em todas as empresas com que as autarquias façam contratualizações". "Uma autarquia não deve poder fazer contratualizações com quem não respeita os direitos de quem trabalha, com quem tem abuso e precariedade", concretizou.
Segundo a líder bloquista, é por o partido conhecer "a realidade concreta da economia" e por saber dos "perigos que ainda espreitam" que tem dito que é preciso "fazer mudanças mais corajosas" do que aquelas que têm sido feitas.
"Não temos nenhuma dúvida de que é preciso proteger o trabalho, proteger quem trabalha e para isso é preciso reverter as medidas da 'troika' na legislação laboral para combater a precariedade, para valorizar os salários, para proteger quem vive do seu trabalho e quem com o seu trabalho, com o seu esforço, constrói o país", enfatizou.
É quando se protege os direitos de quem trabalha que, na opinião de Catarina Martins, se resguarda também a capacidade produtiva do país. "Tivéssemos nós um código de trabalho mais forte e o que está a acontecer na Prado Karton não acontecia, porque sabiam que não valia a pena", disse.
Concretamente sobre os compromissos do BE para combater a precariedade nas autarquias e nas empresas com que estas trabalham, Catarina Martins foi peremptória: "É uma verdadeira vergonha que em concelhos governados por todos os quadrantes políticos haja tanta gente a trabalhar de forma precária, que haja tantas autarquias que fazem o seu funcionamento depender do abuso laboral e da precariedade".
A dirigente assegurou que o BE tem "muito cuidado com cada passo" que dá, para conseguir "um país mais justo, mais digno, em que haja direitos para quem trabalha". No seu entender, as autarquias podem dar esses passos seguros de não contratarem precários e não trabalharem com empresas que promovam o abuso laboral.