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Trabalhadores das filiais estrangeiras ganham mais 395 euros do que nas empresas nacionais

Os trabalhadores das filiais estrangeiras ganham mais 41%, em média, do que os que trabalham nas empresas nacionais. A produtividade aparente do trabalho é 70% maior.

19 de Novembro de 2019 às 11:54
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As filiais de empresas estrangeiras em Portugal, em média, empregam mais pessoas, pagam melhor e conseguem ter uma maior produtividade, segundo os dados publicados esta terça-feira, 19 de novembro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no destaque "Estatísticas da Globalização" relativo a 2018. 

No ano passado, existiam 6.852 filiais estrangeiras a empregar um total de 487 mil pessoas. A média de 71 pessoas por empresa é um "valor muito superior" ao registado a nível nacional de oito pessoas por empresa. 

Além de serem um empregador com peso significativo, as empresas estrangeiras também remuneram melhor os seus trabalhadores face às empresas nacionais. A remuneração média mensal foi de 1.354 euros em 2018 - o valor mais elevado desde 2010 -, o que supera em 41% (395 euros) a média das empresas nacionais de 966 euros.

Este diferencial poderá refletir a diferença de 70% da produtividade aparente do trabalho das filiais estrangeiras (44,5 mil euros) em comparação com as empresas nacionais (26,2 mil euros). "Entre 2010 e 2018, as filiais estrangeiras registaram, em média, uma produtividade aparente do trabalho superior à das sociedades nacionais em cerca de 18,1 mil euros", assinala o INE.

Crescimento percentual aquém das nacionais
Em 2018, o valor acrescentado bruto (VAB) das filias de empresas estrangeiras em Portugal atingiu os 22 mil milhões de euros, o que se traduz numa subida de 4,8%, abaixo do aumento de 5,9% que ocorreu nas empresas nacionais. "Também em 2017, o crescimento das filiais foi inferior ao das sociedades nacionais (+7,6% e +8,8%, respetivamente)", assinala o INE.

Além disso, a taxa de investimento aumentou nas empresas nacionais (+1,4 pontos percentuais) ao passo que desceu nas filiais estrangeiras (-0,3 pontos percentuais). Contudo, a taxa manteve-se superior nas filiais (23,1%) face às sociedades nacionais (21,9%). 

É de notar que as filiais com perfil exportador, que representavam 41,3% do VAB total dessas empresas estrangeiras, cresceram 8,1%, "mais do triplo da registada pelas filiais sem perfil exportador".
A maior parte destas filiais pertence à União Europeia e, afunilando ainda mais a análise, são espanholas. No entanto, em termos de VAB, são as empresas francesas que figuram em primeiro lugar, seguindo-se as alemãs e só depois as espanholas. 

Em termos de setores, considerando os países de origem do controlo do capital, França destaca-se nos transportes e armazenamento, na informação e conhecimento, no comércio e na construção e atividade imobiliárias. A Alemanha lidera no setor da indústria e energia enquanto Espanha supera os restantes na agricultura e nas pescas.

No total, incluindo todos os países, os setores dos "outros serviços e a construção e atividades imobiliárias evidenciaram as taxas de crescimento mais elevadas do VAB (+10,7% e +8,9%, respetivamente) das filiais estrangeiras, em 2018". Em 2017 e 2016, tinha sido o alojamento e a restauração.
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