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Observatório: Taxa de desemprego esconde número real de desempregados

O mercado de trabalho em Portugal encontra-se numa "situação depressiva" e a descida gradual dos números do desemprego, a partir de 2013, tem sido contrariada pelo número de desempregados que não é contabilizado pelas estatísticas, revela um estudo socioeconómico.

26 de Março de 2015 às 20:30
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"A descida gradual do número de desempregados, a partir de 2013, tem sido paulatinamente contrariada pelo aumento do número de desempregados que não é reconhecido pelas estatísticas e, pela primeira vez, os valores do desemprego "não oficial" [...] ultrapassaram os números do desemprego "oficial"", alerta o Barómetro das Crises intitulado "Crise e mercado de trabalho: Menos desemprego sem mais emprego?", hoje divulgado.

 

De acordo com a análise feita pelo Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, considerando as diversas formas de desemprego, o subemprego e estimativas prudentes sobre a situação laboral dos novos emigrantes, a taxa real de desemprego poderia situar-se, no segundo semestre de 2014, em 29% da população activa, caso os trabalhadores emigrados tivessem ficado no país.  

 

No entender do Observatório, em vez de uma descida do desemprego, "é talvez mais adequado falar-se numa situação de estabilização do desemprego em níveis bastante elevados e de uma estabilização do emprego num nível bem mais reduzido do que o estimado no início do programa de ajustamento".

 

Na análise feita, o Barómetro refere que "a criação de emprego verificada recentemente assenta em bases frágeis", ou seja, excluindo dos valores oficiais os desempregados ocupados -- quantificados como empregados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) -- ter-se-ão destruído 463,6 mil postos de trabalho de 2011 até ao 2º semestre de 2013 e criado, a partir daí, apenas 37,9 mil postos de trabalho.

 

Por último, o Observatório salienta que o desemprego actual "é um desemprego mais desprotegido do que antes da vigência do programa de ajustamento" e que o emprego gerado em Portugal assenta, sobretudo, em actividades precárias e em estágios "mal remunerados e sem perspectiva de continuidade e de verdadeira inserção no mercado de trabalho".

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