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Imigrantes e descendentes têm mais contratos precários. Maioria mostra-se satisfeita com o emprego

São mais jovens e mais escolarizados e, de uma forma geral, dizem-se satisfeitos com o emprego. Mas têm mais contratos a prazo ou a recibos verdes. Cerca de um décimo sofre de discriminação.

A taxa de precariedade baixou de 22% em 2018 para 20,8% em 2019, a taxa mais baixa desde 2012.
Bruno Simão
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São mais jovens e mais escolarizados e de uma forma geral dizem-se satisfeitos com o principal emprego que têm em Portugal. Numa análise às características dos imigrantes e seus descendentes em idade de trabalhar - 12% do total - o INE conclui também que estão sujeitos a contratos mais precários.

No ano passado, "os trabalhadores por conta de outrem com background imigratório tinham uma maior proporção de contratos de trabalho com termo e de prestação de serviços (17,0%), quando comparados com aqueles sem background imigratório (13,8%), destacando-se, em particular, a situação da segunda geração de imigrantes, com 26,3%", lê-se no destaque hoje publicado.

Comparando as pessoas com historial imigratório com as das famílias que já estavam em Portugal "não se observam diferenças significativas" ao nível das taxas de atividade, de emprego e de desemprego.

O INE sublinha, no entanto, que os imigrantes de segunda geração apresentavam no ano passado "indicadores mais desfavoráveis: taxa de atividade de 83,2% (86,2% nos de primeira geração), taxa de emprego de 73,6% (80,3%) e taxa de desemprego de 11,5% (6,8%)".

Por outro lado, 17% indica que o atual emprego exige menos competências do que o que detinha antes de vir para Portugal, e 37,5% indica que exige mais.

Maioria está satisfeita mas um décimo sofre discriminação

A maior parte dos residentes diz-se satisfeita com o seu emprego principal, quer tenha ou não historial imigratório, mas há nuances.

"Destaca-se apenas a situação dos descendentes de imigrantes, que, apesar de apresentarem a maior proporção de pessoas muito satisfeitas com o seu emprego principal (23,1%), também eram os que registavam a menor proporção de pessoas satisfeitas (56,4%), ou seja, o conjunto de opiniões positivas atingia uma menor proporção (79,5%) do que nos restantes grupos em análise".

Embora a maioria não relate episódios de discriminação eram, ainda assim, "cerca de 10% os que indicaram ter sentido discriminação no contexto laboral, sendo esta proporção ligeiramente superior nos imigrantes de primeira geração (11,3%)", descreve o instituto.

Considerando todas as faixas etárias, o INE calcula que haja 581 mil imigrantes de primeira geração e 371 mil de segunda, num total de 951 mil pessoas. Destas, 591 estão a trabalhar.

França, Angola, Brasil, Moçambique e Venezuela são os principais países de origem dos imigrantes de primeira geração em idade de trabalhar.


Segundo dados revelados recentemente pelo Governo, os estrangeiros contribuem com 1.300 milhões de euros por ano para a Segurança Social.
 

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