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Hollande defende reforma laboral apesar da intensificação dos protestos
"Mantenho a minha posição porque penso que é uma boa reforma e que devemos avançar para a sua adopção", disse o líder socialista em conferência de imprensa no final da cimeira do G7 no Japão.
O Presidente francês, François Hollande, reafirmou esta sexta-feira, 27 de Maio, a vontade de avançar com a reforma laboral e defendeu manter "a filosofia" do texto, apesar da intensificação dos protestos contra esta medida.
"Mantenho a minha posição porque penso que é uma boa reforma e que devemos avançar para a sua adopção", disse o líder socialista em conferência de imprensa no final da cimeira do G7 celebrada hoje no parque natural de Ise-Shima (centro do Japão), ao ser questionado sobre o tema.
A reforma laboral, que tem gerado polémica em França, facilita os despedimentos por motivos económicos - como prejuízos ou descida de facturação - e diminuem os máximos de indemnização por despedimento -- 15 meses.
Os protestos, que duram há oito dias, têm originado greves, bloqueios, falhas nos transportes e problemas de abastecimento de electricidade e combustíveis.
Perante os protestos, a prioridade do Eliseu é "fazer os possíveis para garantir o fornecimento de combustível aos consumidores, garantir os serviços públicos essenciais, permitir o transporte de todos e o bom funcionamento da economia", acrescentou Hollande.
"Tomámos todas as medidas necessárias e vamos continuar a fazê-lo, sempre dentro do respeito às liberdades, mas também é preciso ter em conta a importância da liberdade de circulação", destacou o Presidente francês.
O chefe de Estado acrescentou que ainda existe a possibilidade de discutir com os parceiros sociais durante o processo legislativo da reforma, embora os sindicatos tenham feito um apelo para intensificar as mobilizações, quando já se cumprem oito dias de protestos.
À semelhança do primeiro-ministro francês, Manuel Valls, na véspera, Hollande referiu que pretende manter o segundo artigo da proposta de reforma laboral que visa dar prioridade aos acordos que se negoceiem nas empresas sobre os acordos colectivos.
"Este ponto e a filosofia essencial do texto devem ser mantidos", afirmou o Presidente francês, que frisou que se trata de uma reforma "de carácter progressista".