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Governo quer mexer nas regras sobre acumulação de subsídio de desemprego com salário

As intenções que constam do Programa do Governo passam por mexidas na legislação do subsídio de desemprego, segundo disse esta quarta-feira a ministra do Trabalho. Rosário Palma Ramalho defendeu que é preciso incentivar o trabalho, mas não explicou se vai mexer nas regras que determinam em que casos é que um subsidiado tem de aceitar emprego.

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O Governo tem a intenção de alterar a legislação do subsídio de desemprego para mexer nas regras de acumulação com rendimentos do trabalho, ou de transição para uma situação de emprego.

A intenção foi assumida esta quinta-feira pela ministra do Trabalho, aos jornalistas, à margem de uma conferência sobre Direito do Trabalho na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

"A ideia é evitar que em Portugal possa haver situações que quem não trabalha na verdade tem rendimentos dados pelo Estado que favoreçam a situação de se manter como está em vez de fazer procura ativa de emprego e trabalhar”, disse.

"O contorno da medida tem de ser estudado. Não é a redução das prestações sociais que está em questão. É a possibilidade de acumular as prestações sociais dentro de certos parâmetros com rendimentos do trabalho. Como sabem hoje quando o desempregado começa a trabalhar perde o subsídio de desemprego".

A legislação já permite alguma acumulação (com limites como os do subsídio de desemprego parcial e com regimes específicos como o dos desempregados de longa duração) mas a medida "vai envolver uma mexida no subsídio de desemprego", segundo a ministra, para “tornar mais atrativo que a pessoa deixe de estar na situação de desemprego para passar a trabalhar”.

“Não pode haver em Portugal pessoas a ganhar mais por subsídio de desemprego do que se estivessem a trabalhar”, concluiu, remetendo os detalhes para a discussão em concertação social.

Questionada sobre se está em cima da mesa uma alteração ao conceito de emprego conveniente, ou seja, aos empregos que os desempregados são obrigados a aceitar sob pena de perderem o subsídio, a ministra do Trabalho não afastou essa hipótese. "Temos de ver", respondeu.

O Governo reúne-se na próxima semana com os parceiros sociais, em concertação social, para discutir os acordos de rendimentos e de formação profissional, bem como o Livro Verde sobre segurança e saúde do trabalho.

No final do mês passado, em resposta ao Negócios, o Ministério do Trabalho disse que quer avançar com a discussão de normas sobre o Código do Trabalho no âmbito do acordo de rendimentos, cuja discussão deverá ficar fechada até ao outono.

Aos jornalistas, a ministra Rosário Palma Ramalho não foi tão taxativa, recusando que haja urgência e deixando o calendário para discussão com os parceiros sociais.

Programa do Governo prevê "suplemento solidário"

Do Programa do Governo consta a intenção de criar "um Suplemento Remunerativo Solidário".

Sobre subsídios, o documento diz genericamente que a ideia é simplicar "o atual sistema pulverizado de apoios sociais através da sua agregação económica".

E "atribuir a cada agregado familiar o valor das prestações sociais atualmente recebidas pelo agregado familiar e um suplemento que garante que o aumento do rendimento do trabalho não conduz a uma perda de rendimento disponível". 

Notícia atualizada às 13:51 com mais informação

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