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G20 promete proteger o mercado de trabalho

Os ministros do Trabalho e Emprego dos membros do G20, que junta as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, prometeram hoje proteger o mercado laboral, fragilizado pela pandemia da covid-19.

Muitas empresas já estão a pedir aos trabalhadores que entrem de férias neste período em que, na prática, se veem impedidas de operar.
Paulo Duarte
23 de Abril de 2020 às 23:25
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"Não podemos permitir que a covid-19 agrave as desigualdades no mercado de trabalho, nomeadamente as de género, nem mine os progressos conquistados até aqui", declarou a Arábia Saudita, atualmente na presidência do G20, após uma reunião extraordinária virtual.

Em comunicado, os membros do G20 apostam numa "abordagem centrada nas pessoas para promover o emprego, reforçar a proteção social, estabilizar as relações de trabalho e promover os princípios e direitos fundamentais no trabalho".

"Os nossos países vão continuar à procura dos meios para apoiar as empresas e os empregadores, nomeadamente as micro, pequenas e médias empresas, com o objetivo de manter o emprego e apoiar os trabalhadores afetados durante este período cheio de desafios", garantem.

Entre as medidas propostas, que devem ser adaptadas às "circunstâncias nacionais", estão transferências de fundos, créditos de impostos, subvenções, empréstimos bancários e ajudas salariais.

O mercado de trabalho mundial enfrenta "a mais grave crise desde a Segunda Guerra Mundial", considera a Organização Internacional do Trabalho, que estima em 1,25 mil milhões de pessoas que correm um risco elevado de despedimento ou redução salarial.

Hoje, o diretor-geral da OIT alertou os ministros do Trabalho do G20 que "é preciso fazer mais para proteger os/as trabalhadores/as e apoiar as empresas, principalmente nos países de rendimentos baixo e médio".

Sublinhando que as atuais medidas de apoio não são suficientes, Guy Ryder congratulou-se com o compromisso dos ministros do Trabalho do G20 no sentido da "total cooperação global" para proteger os empregos e os salários das pessoas.

"À medida que a crise se espalha para países de rendimento baixo e médio, precisaremos de fazer muito mais para proteger trabalhadores e trabalhadoras e apoiar as empresas, porque esses países estão menos preparados para uma crise prolongada. Caso contrário, a combinação de grandes economias informais e baixa cobertura de proteção social será um desastre para as pessoas e para as economias", afirmou Guy Ryder, em comunicado enviado à Lusa pelo escritório da OIT em Lisboa.

"Respeitar os direitos fundamentais dos/as trabalhadores/as e o diálogo efetivo com as organizações de trabalhadores e empregadores é a única maneira de alcançar uma recuperação global sólida, equitativa e garantir o apoio público necessário para levar adiante as medidas", afirmou.

Os ministros do G20 apoiaram a importância do diálogo social para encontrar soluções apropriadas, adequadas e duradouras para responder à pandemia.

A OIT propôs uma resposta política integrada baseada em quatro pilares para enfrentar a pandemia: apoio à economia e ao emprego, apoio às empresas, aos empregos e aos rendimentos, proteção para aqueles e aquelas que trabalham durante o isolamento e relançamento das economias, sustentada no diálogo social.

Os países árabes e europeus deverão ser fortemente afetados, mas, em números absolutos, será a região Ásia-Pacífico que deverá sofrer mais, estima a OIT.

 A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia da covid-19 já provocou mais de 186 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 708 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 820 pessoas das 22.353 confirmadas como infetadas, e há 1.143 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
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