O Conselho Geral da Universidade do Porto decidiu, por unanimidade, travar o aumento do valor da propina nas licenciaturas e nos mestrados integrados no ano lectivo 2015/2016. Pelo quarto ano consecutivo, o patamar vai manter-se assim nos 999 euros para cerca de 30 mil alunos, distribuídas por três polos universitários na cidade.

Numa nota emitida pelo vice-presidente, Paul Symington, o Conselho Geral sustentou que "[recusa] projectar sobre os estudantes o ónus de cortes que foram impostos às universidades, mesmo que isso signifique uma gestão ainda mais difícil do seu orçamento". A Universidade do Porto tem 2.300 professores e investigadores e 1.600 funcionários não docentes em 14 faculdades, uma "business school" e 60 unidades de investigação.

Com sede numa "região com graves problemas sociais em que o desemprego, a quebra do rendimento das pessoas e outros custos sobre os estudantes e as suas famílias têm particular gravidade", este órgão lembrou "o papel que o ensino universitário tem na mobilidade social, através do saber e da qualificação dos seus estudantes" para apontar ser "fundamental que o maior número lhe possa ter acesso".

A decisão do Conselho Geral vem de encontro às reivindicações dos estudantes, que tinham apelado para que fosse rejeitado qualquer aumento, à semelhança do ocorrido nos três anos anteriores. Até porque num "cenário de dificuldades evidentes", reclamou a Federação Académica do Porto, a subida do valor de propina poderia "não [se] traduzir num necessário aumento da receita, devido ao aumento do número de incumprimentos no pagamento de propina e consequente perda de receita efectiva por parte da universidade".