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Mandela faz hoje 90 anos

O Nobel da Paz celebra hoje 90 anos. A sua vida, grande parte da qual dedicada à luta contra o apartheid, é "uma fonte de inspiração para os africanos e cidadãos mundiais", salienta Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, em dia de homenagem

18 de Julho de 2008 às 11:08
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O Nobel da Paz celebra hoje 90 anos. A sua vida, grande parte da qual dedicada à luta contra o apartheid, é "uma fonte de inspiração para os africanos e cidadãos mundiais", salienta Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, em dia de homenagem

"Nelson Mandela tem sido, e vai continuar a ser, uma fonte de inspiração para sucessivas gerações de africanos e cidadãos mundiais. A sua vida ilustra o poder da vontade, da coragem, o poder da liberdade e também o poder da reconciliação", refere uma nota hoje enviada pelo gabinete de Barroso.

Mandela foi a "cara" da oposição à segregação racial do regime sul-africano do Apartheid, pelo que passou quase três décadas em detenção, até que em 1990 foi libertado por ordem do então presidente Frederik De Klerk. Em 1993, recebeu o Prémio Nobel da Paz e, no ano seguinte, foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul, ocupando a cadeira do poder durante cinco anos.

Na nota hoje divulgada, Barroso recorda como "um momento grandioso e inesquecível" a cerimónia de tomada de posse de Mandela em 1994, a que assistiu. "Parabéns, Nelson Mandela! Aguardo com prazer o seu 100º aniversário, que será uma grande festa", conclui a nota de Barroso.

Também hoje, o ex-chefe de Estado sul-africano recebeu felicitações do seu "libertador" Frederick Willem De Klerk, que compartilhou com Mandela o Nobel em 1993. Mandela, afirma, "nasceu para ser um líder e foi capacitado para converter-se no principal conselheiro do líder da sua tribo. Ele tem a segurança, a humildade e a graça de um verdadeiro aristocrata natural".

Na África do Sul, as comemorações do aniversário de Mandela começaram há um mês, com exposições, debates e a Conferência Anual Nelson Mandela, este ano a cargo da presidente da Liberia, Ellen Johnson-Sirleaf.

O bispo anglicano Desmond Tutu, Prémio Nobel da Paz e amigo pessoal de Mandela, afirma que a África do Sul "está à deriva e sente a falta " do antigo líder, um "gigante moral" insubstituível. "Em vez de se deixar consumir pelo desejo de vingança, este homem, depois de 27 anos na prisão, emergiu como uma estupidificante magnanimidade, inspirando nobreza e generosidade de espírito. Tornou-se no homem de Estado mais admirado do mundo, um ícone do perdão e da reconciliação, um colosso moral", afirma em declarações ao jornal “The Star”.

Rolihlahla Dalibhunga Mandela, conhecido no seu país por Madiba, nasceu na aldeia de Mvezo, Qunu, na região sul-africana do Transkei, hoje parte do Cabo Oriental. Madiba é bisneto do rei xhosa Tembu e foi "rebaptizado" Nelson por um professor que achou por bem dar-lhe um nome inglês.Activista anti-"apartheid" desde os tempos em que estudou direito na Universidade de Fort Hare, no sudeste do seu país, viria a abrir o seu escritório de advogados na Joanesburgo em 1952, em parceria com outro "histórico" do movimento de resistência, já falecido, e que seria anos mais tarde presidente do Congresso Nacional Africano (ANC), Oliver Tambo.

Frustrado pela intransigência do regime do Partido Nacionalista após várias tentativas de negociar uma transformação política que conferisse direitos iguais a todos os seus compatriotas, Nelson Mandela acabaria por aceitar a necessidade de pegar em armas para combater a injustiça, sendo nomeado comandante da ala militar do ANC, Umkhonto we Sizwe (A Flecha da Nação), em 1961, recebendo treino militar na Argélia e na Etiópia. Um ano depois foi capturado pela polícia do "apartheid", julgado por e condenado a prisão perpétua.

"Durante toda a minha vida dediquei-me a esta luta do povo africano. Lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra. Acalentei o ideal de uma sociedade livre e democrática", declarou em tribunal antes de ser condenado em 1964. Foi libertado a 11 de Fevereiro de 1990, por ordem de Frederik Willem de Klerk.

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