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Associação de Estudantes do ISCSP "não se revê" no abaixo-assinado contra Passos

A Associação de Estudantes do ISCSP defende que o abaixo-assinado contra a contratação de Passos Coelho como professor da instituição "não vincula" os alunos da faculdade.

A derrota nas autárquicas de Outubro foi a gota de água que o forçou a anunciar o abandono da liderança do PSD.
09 de Março de 2018 às 14:56
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Em comunicado divulgado esta sexta-feira, 9 de Março, a Associação de Estudantes do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) adianta que "não se revê num pretenso, porque desconhecido, abaixo-assinado de um 'grupo' de alunos do ISCSP, alegadamente em protesto sobre a recente contratação" de Passos Coelho como professor da faculdade.

Apresentando-se como o "órgão legitimamente representante dos estudantes desta instituição", a Associação de Estudantes refere que o referido abaixo-assinado "não vincula os alunos do ISCSP", até porque "de momento não cumpre as normas estatutárias que regem a mesma estrutura associativa". 

Para esta associação, a questão relativa à decisão de contratar Passos Coelho como professor de mestrados e doutoramentos na área de Administração Pública é uma "matéria da exclusiva competência dos órgãos de gestão do ISCSP", cuja "autonomia deve ser preservada em nome da defesa da legalidade, da legitimidade dos órgãos e dos superiores interesses do ISCSP e da Universidade de Lisboa".

Sobre quaisquer tentativas de politização do tema que venham a ocorrer, a Associação de Estudantes avança que "se demarca de qualquer tentativa de utilização do processo em causa, por pessoas colectivas ou individuais, para fins político-partidários por parte dos estudantes no seio da instituição", e "reitera" total confiança nos actuais órgãos de gestão da instituição de ensino. 

Ao Negócios, o presidente desta organização, Hélder Jesus, admite discutir o assunto em assembleia-geral do órgão representativo dos estudantes uma vez reunidas as assinaturas necessárias pelo abaixo-assinado. 

Esta sexta-feira foi posto a correr um outro comunicado, desta feita do Núcleo de Estudantes Social-Democratas do ISCSP, que face à "mediatização do caso se ter tornado um assunto político-partidário", quis tomar posição reconhecendo "o mérito e a mais-valia que a contratação do doutor Pedro Passos Coelho acrescenta ao corpo docente do nosso Instituto". Para estes estudantes vinculados ao PSD, ter Passos como docente permitirá aos alunos do ISCSP "que frequentam os mestrados e doutoramentos adquirir competências chave e conhecimentos únicos para o seu futuro profissional". 

Também esta manhã, um outro grupo de alunos pôs a circular um abaixo-assinado favorável à decisão do Conselho Científico do ISCSP de dar provimento à proposta de contratação de Passos feita pela direcção da escola. Estes alunos reconhecem em Passos Coelho uma "mais-valia" e salientam "o conhecimento nas áreas onde irá leccionar". 

Em causa está o abaixo-assinado promovido por um grupo de alunos do regime diurno e pós-laboral que se opõe à contratação de Passos para docente do ISCSP na qualidade de professor convidado catedrático, uma condição que sustentam configurar "a materialização de uma afronta à transparência e à meritocracia".

Há precisamente uma semana, o Negócios noticiou que as três universidades, públicas e privadas, nas quais Passos Coelho irá dar aulas está o ISCSP, avançando que o fará na área de Administração Pública como professor convidado catedrático, o que lhe confere uma equiparação salarial à de professor catedrático (topo da carreira no ensino universitário). Equiparação ajustada à carga horária que o antigo chefe de Governo terá na instituição, já que Passos Coelho irá leccionar em duas outras instituições, sendo que também dará aulas na área de Economia.  

Na passada quinta-feira, Passos Coelho esteve nas instalações do ISCSP para participar na terceira edição da gala de Prémios de Mérito atribuídos pela faculdade, sem que tenha sido registado qualquer tipo de protesto. Diferente foi a visita ao ISCSP feita por Passos Coelho em 2013, com o então primeiro-ministro a ser recebido por algumas dezenas de alunos que gritavam "demissão", isto numa altura em que o programa de assistência externa estava ainda em curso. 

(Notícia actualizada às 15:35)

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