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"A Parque Escolar não foi um luxo, foi a normalidade"

À Escola de Quadros do CDS, a antiga ministra da Educação do PS, Maria de Lurdes Rodrigues, diz que algumas das alterações do actual Governo no sector resultam de as decisões tomadas pelo Executivo PSD/CDS "não terem sido minimamente consensualizadas."

03 de Setembro de 2016 às 22:16
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A antiga ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues defendeu este sábado, 3 de Setembro, que algumas medidas do Governo no sector resultam das decisões do anterior executivo "não terem sido minimamente consensualizadas", lamentando que o parlamento não seja um espaço de consenso.

Maria de Lurdes Rodrigues - que foi ministra da Educação no Governo socialista de José Sócrates - foi uma das oradoras no painel da Escola de Quadros do CDS-PP, intitulado "Aposta da Educação", convite que aliás gerou durante a esta semana crítica interna do partido, tendo o director da iniciativa, Diogo Feio, afirmado no arranque da sessão que "a melhor forma de chegar a consensos é ter como primeiro passo o debate".

"Algumas destas alterações a que assistimos nestes meses por este Governo resultam das decisões tomadas pelo Governo imediatamente anterior não terem sido minimamente consensualizadas. Elas são tomadas e percebidas como sendo em rutura. Quanto há uma mudança de política isso é percebido como uma oportunidade para voltar a repor as coisas", disse, saindo assim em defesa do atual titular da pasta da educação, o independente Tiago Brandão Rodrigues.

Segundo Maria de Lurdes Rodrigues, "quando um ministro chega ao ministério sofre imensas pressões para introduzir mudanças deste tipo de ajustamento" e "sofre tantas mais pressões quanto menos consensualizadas tiverem sido as decisões tomadas pelo Governo anterior".

"Tanto no que respeita aos contratos de associação, como no que respeita ao modelo de avaliação, como até no que respeita a alguns aspetos de autonomia, a forma como as alterações tinham sido introduzidas, em rutura, pelo Governo anterior levou a que se acentuasse, se radicalizasse o ajustamento que é então proporcionado", defendeu.

A antiga ministra recordou que "quando se introduziram as provas de aferição do 4.º ano havia consenso" e quando o anterior executivo PSD/CDS-PP acabou com essas provas e introduziu os exames rompeu com a estabilidade.

A dividir o painel com a antiga ministra esteve a deputada do CDS-PP Ana Rita Bessa, o rosto do partido para a área da educação, que numa resposta aos jovens centristas lamentou o facto de não haver "margem para a geração de consensos na área da educação", não sendo "os tempos para grandes compromissos nem consensos".

"Acho pena que em sede do parlamento não se procure, naquela comissão de Educação e Cultura, saber o que nos divide e de que forma é que nos podemos aproxima. O Parlamento, da mesma forma que foi o espaço absolutamente essencial para a aprovação da lei de bases, tem que voltar a ser o espaço para a construção de novos compromissos", defendeu a antiga ministra, em resposta.

Para Maria de Lurdes Rodrigues este não é um "momento tão negativo como diz a deputada Ana Rita Bessa", uma vez que os dois partidos do arco da governação estão obrigados a governar com outras forças partidárias e atual conjuntura pode ser uma oportunidade.

A antiga governante do executivo socialista foi ainda confrontada pelos participantes na Escola de Quadros do CDS-PP com as opções do programa por si implementado, o Parque Escolar, explicando que considerou que este era "uma oportunidade para mudar o panorama das escolas secundarias em Portugal", que estavam na sua grande maioria muito degradadas e sem condições.

"A Parque Escolar não foi um luxo, foi a normalidade. Foi um grande programa, com recursos financeiros adequados", disse, manifestando uma "grande orgulho" por "uma grande decisão" que tomou.
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