Paulo Pereira da Silva, CEO da Renova, foi o convidado do "Economia Sem Fronteiras", programa conduzido por Miguel Frasquilho e Marta Dhanis.
"A Renova é uma marca líder e fundadora deste tipo de mercado em Portugal", afirmou Paulo Pereira da Silva, que lidera a empresa há três décadas, ao programa do Negócios "Economia Sem Fronteiras" transmitido no canal Now.
O empresário frisa que a Renova é, acima de tudo, uma marca, e quem "tem 200 anos é a marca, não é a empresa". Paulo Pereira da Silva reconhece que há um antes e depois da invenção do papel higiénico preto. A Renova "passou a ser uma marca conhecida porque houve um produto que se tornou reconhecido no mundo inteiro".
O primeiro passo na internacionalização deu-se quando os dois países ibéricos entraram em 1986 na Comunidade Económica Europeia, hoje União Europeia. A Renova considerou que ser "líder em Portugal não era suficiente, era um risco muito grande e entrámos em Espanha", explicou Paulo Pereira da Silva.?
Era o mercado mais próximo e mais natural, mas tiveram de se bater com as multinacionais norte-americanas, com grandes marcas, que, entretanto, tinham adquirido as empresas locais do setor. Depois, a Renova seguiu os seus clientes que eram cadeias internacionais, e entraram também em França, na Bélgica, no Luxemburgo. "Foi o primeiro passo de internacionalização da Renova, que levou alguns anos", considerou Paulo Pereira da Silva. Atualmente está a entrar na Alemanha.
Os novos mercados
Paulo Pereira da Silva explicou que, como a Renova é uma empresa pequena, familiar, portuguesa, quando entra num novo mercado é sempre um desafio. Defende a necessidade de uma mentalidade de startup, com muita inovação, para abordar mercados maduros e colocar em causa o "status quo" do mercado.
Hoje a Renova tem dois centros industriais em Torres Novas (Portugal), em Saint Yorre (França) e uma operação de subcontratação industrial no México. O empresário analisa a sua produção em dois segmentos. Se os produtos muito caros, premium, com cores, podem ser exportados para longas distâncias, os outros produtos "viajam mal porque são produtos baratos, com volume muito grande e peso muito baixo. A logística é um fator importante, e não é possível estar a produzir para distâncias muito grandes".?Por isso, segundo Paulo Pereira da Silva, a marca é importante, uma vez que há "uma diferença muito grande entre vender átomos, ou seja, estar a vender produtos sem marca ou marcas de terceiros ou vender e ficar com o valor criado pela marca".