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As oportunidades no Brasil e o futuro no Mercosul

As empresas portuguesas têm de se começar a preparar para o Mercosul, porque muitas das suas concorrentes europeias já o estão a fazer, avisou Luís Faro Ramos, embaixador de Portugal no Brasil
Filipe S. Fernandes 03 de Fevereiro de 2025 às 13:00
Miguel Frasquilho e Marta Dhanis conduziram a entrevista a Luís Faro Ramos, embaixador de Portugal no Brasil.

"Estava tudo um pouco distraído quando que se soube do acordo do Mercosul, em 6 de dezembro de 2024, porque não havia grande otimismo relativamente à sequência das negociações. Há 25 anos que as negociações se arrastavam", afirmou Luís Faro Ramos, embaixador de Portugal no Brasil, ao programa do Negócios "Economia Sem Fronteiras" transmitido no canal Now.

O acordo ainda terá de ser ratificado pelos 27 Estados-membros da União Europeia, o que apresenta os seus obstáculos. "O caminho ainda não se fez na totalidade, mas, era um passo que tinha de ser dado. A Comissão Europeia assumiu finalmente com coragem o que tem que assumir. Há vários Estados-membros que são muito favoráveis ao acordo, entre os quais Portugal. Há outros que não são assim tão favoráveis".

Por isso, a Comissão Europeu tem de fazer um trabalho de comunicação para explicar os benefícios do acordo, com o qual as empresas e os europeus vão ter acesso a matérias-primas em mercados como o Brasil e a Argentina, por exemplo. Salientou ainda que as empresas portuguesas têm de se começar a preparar para o Mercosul, porque muitas das suas concorrentes europeias já o estão a fazer.

Os 27 Brasis

Luís Faro Ramos acrescentou que, apesar de as trocas comerciais de Portugal com o Brasil terem atingido em 2024 o valor mais elevado de sempre, há pouca diversificação. Baseiam-se muito no vinho, que tem uma quota de 35% no mercado brasileiro, no azeite, e nos veículos e outro material de transporte, em que a Embraer tem um papel significativo.

O embaixador de Portugal em Brasília salientou que, como cerca de metade das trocas comerciais são no agroalimentar, foi designada para a embaixada uma conselheira agrícola, que dialoga com as autoridades brasileiras, os ministérios da Agricultura dos dois países, com os empresários.

"Há um grande potencial para diversificar", defende Luís Faro Ramos, o que significa que as empresas portuguesas têm de compreender melhor o mercado brasileiro. O mercado brasileiro é de grande dimensão, muito competitivo, agressivo, com regulação diferente, por isso Luís Faro Ramos aconselha a olhar para o potencial de negócios de cada um dos 27 estados do Brasil.

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