Yunus criou empresas vocacionadas para dar respostas a problemas como o desemprego.

Presente no Rio de Janeiro para a cimeira “Rio +20”, o Prémio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, falou da ideologia que desenvolveu, denominada “social business”. O Nobel da Paz lembrou que, apesar de existir “o mundo da caridade, onde se dá dinheiro para os pobres”, não era isso que pretendia. Por isso, e de forma a tentar resolver os problemas que estavam à sua volta, como o desemprego e a fome, Yunus decidiu começar a “criar empresas que solucionassem esses problemas”. E o objectivo principal “não era ganhar dinheiro” e ter lucros que fossem distribuídos aos accionistas.

A colega de painel do Nobel da Paz foi Ana Maria Fernandes, CEO da EDP Brasil. A líder da eléctrica partilha da visão de Yunus e por isso sustentou que “mais do que dar o peixe, é preciso ensinar a pescar”.

Um outro tema abordado foi os “social media” e o papel que têm. Muhammad Yunus mostrou que esta é uma ferramenta bastante útil e que pode encorajar as pessoas a desenvolverem as suas capacidades. O Nobel da Paz deu o exemplo do Bangladesh, onde, em 2012, existem 8 milhões de telemóveis, o que representa cerca de dois por família. Mas esta realidade é recente.

Nesta área, Ana Maria Fernandes defendeu também que os “social media” têm um papel importante. A líder da eléctrica apontou que através destas ferramentas as pessoas têm um fácil e rápido acesso à informação, nomeadamente, aos números das empresas. E que isso faz com que as pessoas se possam vir a insurgir contras as empresas que têm lucros elevados e não desempenham um papel de apoio social.

“As empresas, cada vez mais, têm departamentos de sustentabilidade. Ninguém aceita que as empresas façam muito dinheiro e não dêem nada à sociedade”, frisou.