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Welteke sugere BCE não reduz juros amanhã (act.)

O presidente do Bundesbak e membro do Conselho dos Governadores do BCE, Ernst Welteke, defendeu hoje que a missão da autoridade monetária «não é estimular o crescimento económico», indiciando que o BCE poderá não baixar amanhã os juros na Zona Euro.

29 de Agosto de 2001 às 10:35
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O presidente do Bundesbak e membro do Conselho dos Governadores do Banco Central Europeu (BCE), Ernst Welteke, defendeu hoje que a missão da autoridade monetária «não é estimular o crescimento económico», indiciando que o BCE poderá não baixar amanhã os juros na Zona Euro.

«O BCE não tem como missão conduzir o crescimento da economia», afirmou Welteke, numa conferência com banqueiros alemães, em Frankfurt, considerando que «a melhor contribuição que a política monetária pode dar para o crescimento económico e o emprego é a manutenção da estabilidade dos preços».

As declarações do responsável do BCE indiciam que a autoridade monetária europeia poderá não baixar a sua taxa directora na reunião de amanhã, para tentar impulsionar o crescimento da economia da Zona Euro.

O produto interno bruto da Alemanha, a maior economia da Zona da moeda única, permaneceu inalterado no segundo trimestre do corrente ano, o que já levou o Governo germânico a admitir rever em baixa as suas estimativas de crescimento económico para 2001.

A juntar a esta situação, o Fundo Monetário Internacional (FMI) deverá reduzir as suas estimativas para o crescimento da economia da Zona Euro nas suas previsões de Outono, que serão divulgadas no final de Setembro, dos 2,4% para os 2%, segundo adiantou ontem a agência italiana ANSA.

A principal taxa de juro do BCE situa-se actualmente nos 4,5%, depois de uma única redução de 25 pontos base efectuada desde o início deste ano, em Maio, o que compara com as sete descidas decretadas pela Reserva Federal (FED) norte-americana no mesmo período, num total de 300 pontos base, para os actuais 3,5%.

Welteke recordou que o BCE, ao contrário do FED, não tem objectivos delineados em termos de emprego e de crescimento económico, uma vez que está mandatado apenas para garantir a estabilidade dos preços.

A inflação da Zona Euro recuou em Julho para os 2,8%, depois de situar-se nos 3% no mês anterior, mas continuou acima da meta de 2% estabelecida pela autoridade monetária europeia.

No entanto, o crescimento do agregado da massa monetária da Zona Euro, ou M3, que serve de indicador avançado em relação à evolução da inflação, acelerou em Julho para os 6,4%, contra 6,1% em Junho, afastando-se do objectivo de 4,5% delineado pelo BCE e indiciando que as pressões inflacionistas poderão aumentar ao longo dos próximos meses na zona da moeda única.

Estes dados poderão limitar as decisões do BCE em termos de política monetária. A descida dos juros costuma contribuir para aumentar o consumo e o investimento, através da redução dos encargos associados à contracção de empréstimos por parte de empresas e particulares.

Após as declarações de Welteke, o euro inverteu a tendência de subida face ao dólar, ao deslizar 0,03% para os 0,9126 dólares.

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