Notícia
Weidmann: Afirmação de Soros sobre o Bundesbank é "ridícula"
O presidente do banco central alemão classificou como absurda uma afirmação de George Soros, que disse que o Bundesbank se está a preparar para o colapso da moeda única europeia.
24 de Abril de 2012 às 16:40

Weidmann é presidente do banco central alemão (Bundesbank) e membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE). A resposta desmente a asserção feita pelo investidor George Soros, que defendeu, em Berlim, que o banco central do país se estava a proteger de eventuais perdas que venham a ocorrer com o colapso da moeda única.
“Assim que o Bundesbank começa a salvaguardar-se de um colapso, toda a gente vai fazer o mesmo. Os mercados estão a começar a reflectir isso”, argumentou Soros.
A conclusão do investidor que ficou conhecido por apostar contra o Banco de Inglaterra, resulta da observação de que os bancos centrais dos países credores na Zona Euro incorrem num risco de perdas, se se der um colapso da união monetária. Se a Zona Euro colapsar, isso “deixa os bancos centrais dos países credores com grandes empréstimos concedidos aos seus homólogos dos países devedores que serão difíceis de recuperar”.
Os empréstimos do Bundesbank a bancos centrais dos países da periferia da Zona Euro ascendiam a 547 mil milhões de euros no final de Fevereiro, segundo os dados citados pela Bloomberg. Estes números aparecem no item “sistema de pagamentos Target-2”, explica a agência noticiosa.
Este valor corresponde a mais de metade do bilião de euros que o Banco Central Europeu (BCE) emprestou aos bancos através do programa de refinanciamento de longo prazo. Em Fevereiro, Weidmann escreveu ao presidente da autoridade monetária europeia, expressando preocupação acerca dos riscos que a instituição está a assumir.

Jens Weidmann defende que a função da autoridade monetária europeia “é assegurar a estabilidade de preços” e não arrisca dizer que a subida dos juros da dívida soberana de um país como Espanha é necessariamente má.
“Se as nossas decisões fizerem com que desapareça o sentido de urgência [na resolução dos problemas da Zona Euro] ou com que as decisões para atacar as causas da crise do euro sejam atrasadas ou adiadas, então estes efeitos colaterais são prejudiciais”, salientou.
Uma postura que também explica o motivo por que o membro Conselho do BCE se opõe a mais medidas de estímulo e que contraria a tese de que a autoridade monetária se está a proteger do eventual colapso da moeda única.