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Votaram 25,21% dos eleitores até ao meio-dia, mais do que em 2022

A votação nestas legislativas excedeu, até ao meio dia, o registo das últimas eleições.

PS e PSD, os dois maiores partidos, conseguiram subir ligeiramente nas intenções de voto, mas continuam a par.
Estela Silva/Lusa
10 de Março de 2024 às 13:32
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Cerca de 25,21% dos 10.819.122 eleitores inscritos nas eleições legislativas deste domingo tinham votado até às 12:00, segundo dados divulgados pelo Ministério da Administração Interna (MAI).

Segundo o MAI, até ao meio-dia votaram 25,21%% dos eleitores, uma percentagem superior à das últimas legislativas, realizadas em 30 de janeiro de 2022, quando a afluência média às urnas à mesma hora se estimava em 23,27% dos eleitores.

Fonte da CNE disse à Lusa que a votação, que se iniciou às 08:00, está "na generalidade do país a acontecer com normalidade".

Pelas 11:30, o porta-voz da CNE, Fernando Anastácio, referiu que "não tem reporte de qualquer situação anómala", estando o procedimento eleitoral a decorrer "com toda a normalidade, com questões e dúvidas que se vão colocando ao longo do dia, mas nada de transcendente, umas reclamações ou outras de alguns cidadãos" que estão a ser analisadas e tratadas.

Antes da abertura das mesas de voto, a Guarda Nacional Republicana (GNR) registou duas situações com cadeados a impedir o acesso aos locais de voto, na freguesia de Fontoura, município de Valença, distrito de Viana do Castelo, e na freguesia de Valada, concelho do Cartaxo, distrito de Santarém.

Ambas as situações foram resolvidas pelas 07:20, segundo a GNR, referindo que não teve impacto no procedimento eleitoral.

O porta-voz da CNE indicou à Lusa que não tinha informação dessas situações, afirmando que, se não impediram a abertura das mesas de voto, as mesmas seguirão "a tramitação normal, através do expediente que a GNR fará".

As mesas de voto abriram hoje às 08:00 em Portugal continental e na Madeira, encerrando às 19:00, enquanto nos Açores abrem e fecham uma hora mais tarde em relação à hora de Lisboa, devido à diferença horária.

Os líderes dos partidos foram votar durante a manhã, uns em Lisboa, outros no Porto e alguns nas cidades de Braga e Espinho e na vila da Moita.

O primeiro-ministro demissionário, António Costa, votou numa escola na freguesia lisboeta de Benfica, onde realçou a importância deste ato eleitoral quando se celebra os 50 anos de democracia em Portugal e apelou aos cidadãos para que exerçam o seu direito de voto.

"Votem, escolham, decidam. Há uma oferta partidária bastante diversificada e, portanto, cada um, na sua consciência, saberá qual é a melhor solução para o futuro do nosso país. Agora o que é fundamental é ninguém ficar em casa, ninguém deixar os outros decidirem por nós e cada um fazer a sua escolha", declarou António Costa.

Numa declaração ao país na véspera das eleições legislativas, no sábado, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa apelou ao voto e considerou que é nos tempos difíceis "que mais importa votar".

O chefe de Estado, que votou antecipadamente no passado domingo, em Lisboa, reiterou este sábado o apelo ao voto e apontou a preocupação com "a urgência de acelerar a recuperação da economia", numa altura em que se sentem os efeitos da situação de tensão a nível internacional, lembrando as guerras na Ucrânia e em Gaza, as subidas de preços, os custos dos juros e alguns problemas sociais.

Hoje, pouco depois das 12:00, na escola Josefa d`Óbidos, em Lisboa, o antigo Presidente da República e primeiro-ministro, Aníbal Cavaco Silva, considerou que estas eleições são "particularmente importantes para o futuro do país", e espera que todos os portugueses eleitores vão votar.

O primeiro líder partidário a votar foi o presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, que exerceu o seu direito de voto pelas 09:45, em Braga, onde se escusou a falar sobre cenários pós-eleitorais, sublinhando que o dia é para os portugueses "manifestarem a sua vontade democrática", indo às urnas e honrando o legado do 25 de Abril de 1974.

Numa escola básica de Alhos Vedros, na Moita (distrito de Setúbal), o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo votou pelas 10:05 e manifestou confiança numa grande afluência às urnas, referindo que "nos 50 anos do 25 de Abril, é um bom momento para afirmar Abril também por essa perspetiva do direito ao voto".

O porta-voz do Livre Rui Tavares exerceu o seu direito de voto cerca das 10:20, na Escola Secundária São Vicente, em Lisboa, onde apelou aos portugueses para que participem na votação para as eleições legislativas antecipadas, salientando que cada voto "vale o mesmo", haja "mais ou menos dinheiro na conta".

Na Escola Básica N.º1 de Lisboa, na freguesia de Arroios, cerca das 10:40, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, esperou que este seja "um dia de celebração da democracia", considerando que as pessoas irem votar nas legislativas "é a melhor forma" de comemorar os 50 anos do 25 de Abril.

Pela mesma hora, na Escola Básica 2,3 de Telheiras, em Lisboa, a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, apelou à participação de todos os portugueses nas eleições legislativas, sublinhando que é uma "oportunidade para reforçar a democracia" e pedindo que a abstenção não "saia vencedora".

Cerca das 11:10, em Espinho, distrito de Aveiro, o líder do PSD, Luís Montenegro, disse que está muito tranquilo e otimista, relativamente ao resultado das eleições legislativas, afirmando que todos os elementos relevantes para a ponderação dos portugueses estão em cima da mesa.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, votou pelas 11:45, na Escola Básica de Telheiras, em Lisboa, onde apelou à participação massiva nas eleições legislativas, para celebrar um direito "arduamente conquistado", instando a não deixar para os outros a decisão sobre o futuro.

Pelas 12:20, o presidente do Chega, André Ventura, votou na Escola Básica do Parque das Nações, em Lisboa, manifestando-se "muito otimista, com muita confiança", afirmando que "hoje é o dia em que todos, em pé de igualdade, têm a força, o direito, a prerrogativa de mudar o país e dizerem aquilo que querem para o futuro do país".

Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), podem votar 10.819.122 eleitores. No total, serão eleitos 230 deputados, em 22 círculos eleitorais - 18 dos quais em Portugal continental e os restantes nos Açores, na Madeira, na Europa e fora da Europa -, num ato eleitoral que terá um custo a rondar os 24 milhões de euros.

Concorrem a estas eleições legislativas antecipadas 18 forças políticas, menos três do que nas eleições de 2019 e 2022.

A Nova Direita é o único partido estreante neste ato eleitoral, juntando-se a PS, Aliança Democrática (PSD/CDS/PPM), Chega, IL, BE, CDU (PCP/PEV), PAN, Livre, Nós, Cidadãos!, Alternativa 21 (MPT/Aliança), ADN, PTP, RIR, JPP, Ergue-te, Volt Portugal e PCTP/MRPP.

Nas legislativas anteriores, em 30 de janeiro de 2022, a taxa de abstenção situou-se nos 48,54%, tendo-se verificado uma descida em relação às legislativas de 2019, nas quais a taxa de abstenção atingiu o número recorde de 51,43%.

Notícia atualizada às 14h
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