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Vítor Constâncio apela ao controlo da inflação portuguesa
Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal e membro do conselho de governadores do Banco Central Europeu, apelou hoje, na conferência do «Euromoney», para a necessidade de controlar a taxa de...
O governador do Banco de Portugal alertou, que «é essencial evitar um crescimento dos preços, porque pode complicar muito a economia portuguesa».
A taxa de inflação homóloga em Março ascendeu aos 5,1%, representando o valor mais elevado desde 1994, mais 38% do que a média registada nos países da Zona Euro.
A subida dos preços registada em Portugal deveu-se ao crescimento dos custos dos salários, dos bens alimentares e energéticos. Os bens alimentares não processados aumentaram 11% no mês de Março e os bens energéticos subiram 10%, enquanto os salários da função pública registaram um aumento médio de 3,71%.
Para Vítor Constâncio, «um membro da União Monetária não pode manter por muito tempo uma taxa de inflação superior à média dos restantes membros, pelo que correria o risco de recessão e falta de competitividade»
O aumento do poder de compra dos trabalhadores, através do aumento dos salários, exigido pelas centrais sindicais «é um caminho que não pode ser seguido, uma vez que elevaria a taxa de inflação para valores insustentáveis (...), levando à perda de competitividade e desemprego no futuro», afirmou hoje o governador do Banco de Portugal.
As estimativas de 2,3% e 2,6%, previstas respectivamente pela Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional, para a inflação portuguesa no próximo ano, poderão indicar que a subida de preços registada actualmente é um fenómeno temporário, explicou Vítor Constâncio na conferência do «Euromoney».