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Vieira da Silva: Reforço do Estado social, solidariedade entre gerações e educação combatem pobreza

O reforço do Estado social, a solidariedade entre gerações e o investimento na educação são as principais opções para "reduzir de forma consistente e duradoura a pobreza" no país, defendeu hoje o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

11 de Abril de 2017 às 22:40
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Vieira da Silva falava na Fundação INATEL, num debate sobre a pobreza e os objectivos da ONU para 2030 de a reduzir para metade, que teve como principais oradores Carlos Farinha Rodrigues (do Observatório das Desigualdades do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia) e Edmundo Martinho (Santa Casa da Misericórdia de Lisboa). 

 

Salientando que as desigualdades geram pobreza, e que esta tem de ser vista numa perspectiva económica (pobreza dos países), educativa (diferentes acessos à educação) ou regional (assimetrias regionais), o ministro lembrou as crises dos últimos anos e salientou a necessidade de "concentrar energias" nos três eixos.

 

O primeiro, o fortalecimento do Estado social, porque é errada a ideia de que o combate à pobreza é apenas papel da sociedade civil, disse o ministro. "O Estado não deve fazer tudo, porque sou favorável a parcerias, mas políticas de combate à pobreza são função do Estado", afirmou.

 

Depois é preciso, continuou, recuperar o valor da solidariedade entre gerações, que segundo Vieira da Silva sofreu um "ataque profundo", exemplificado na redução do complemento solidário para idosos para valores abaixo do limiar da pobreza.

 

E em terceiro lugar investir na educação e formação, área em que a sociedade viveu também "um recuo nos últimos anos" e que foi atingida pelas crises.

 

"Ainda hoje, um jovem que conclua o 9.º ano de escolaridade tem 50% de probabilidades de os seus pais terem menos. Isto é o retrato de uma sociedade que é profundamente assimétrica", a mais de toda a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, composta por 34 países, incluindo todos os da União Europeia), e "remete-nos para a urgência de não desvalorizarmos" esta dimensão das nossas políticas públicas e do nosso consenso nacional, disse.

 

O tema foi debatido durante mais de três horas na Fundação INATEL (criada em 1935 como Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho e que desenvolve atividades de valorização dos tempos livres em áreas como turismo, cultura e desporto), com direito também a ouvir Carlos Nascimento falar do seu trabalho de combate à pobreza no bairro Cova da Moura, na Amadora, e até assistir a uma atuação das batucadeiras (música popular de Cabo Verde) do bairro.

 

No final, questionado pelos jornalistas sobre o processo de resolução da precariedade no Estado, o ministro disse que estão a ser avaliadas as situações a nível dos ministérios e que até ao fim do ano se espera "possam estar encaminhadas todas as situações que necessitam de correcção".

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