Desta vez, Evangelos Venizelos não disse que não a uma coligação com o Nova Democracia. Mas também ainda não disse que sim. O dirigente do Pasok pretende um governo com a mais ampla representatividade possível. Por isso, espera amanhã por uma reunião liderada pelo presidente grego.

Após o encontro com Antonis Samaras, líder do Nova Democracia, Venizelos garantiu que tudo deve ser feito para que haja um governo o mais consensual possível ou de "consenso nacional", como qualificou, segundo o “Kathimerini”.

Nova Democracia, Syriza, Esquerda Democrática e Pasok seriam as forças que deveriam, na opinião de Venizelos, participar nesse governo. Contudo, o Syriza já disse que não vai integrar esse Executivo, o que o socialista considera "desapontante". Além disso, considerou que as declarações de Tsipras foram "provocadoras em termos democráticos" por se ter, logo, colocado na oposição sem tentar participar no governo.

"O país deve ter um governo amanhã", alertou Evangelos Venizelos, defendendo que Samaras deverá terminar amanhã os esforços para encontrar um governo sob uma reunião liderada pelo presidente da Grécia, Karolos Papoulias, e em que estivessem presentes os líderes políticos dos quatro partidos.

Gregos Independentes seguem Syriza e recusam coligação

Depois do encontro com Alexis Tsipras, do Syriza, e Evangelos Venizelos, do Pasok, Antonis Samaras reuniu-se com Panos Kammenos, líder dos Gregos Independentes, partido que rejeita o acordo de resgate.

"Não há espaço para cooperação sob estas condições", declarou Kammenos, citado pela agência Bloomberg, após o encontro com Samaras. O quarto partido mais votado ontem não estará, assim, na coligação, optando por se afastar dessa hipótese, tal como a segunda força política saída das eleições, o Syriza.

A força política Gregos Independentes foi formada por dissidentes da Nova Democracia. No encontro com Samaras, Kammenos terá proposto uma coligação em que Samaras não fosse o dirigente, mas a proposta terá sido rejeitada pelo próprio.

Antonis Samaras vai ainda hoje reunir-se com Fotis Kouvelis, o responsável da Esquerda Democrática, para tentar criar bases para uma estabilidade parlamentar para o governo.

Pasok e Nova Democracia conseguem maioria absoluta

Caso o Pasok decidisse integrar um Executivo liderado por Samaras, a soma dos deputados ontem eleitos pelos dois partidos superaria a barreira dos 150 assentos parlamentares, o que conferia uma maioria absoluta (162, com a junção de 129 deputados conservadores com os 33 socialistas).

Contudo, aquilo que o Pasok tem defendido é que o Syriza deveria fazer parte do governo, por entender que é necessária uma maior estabilidade política. O Syriza não vai, então, integrar um governo com o Nova Democracia.

O Pasok estará, ainda assim, à espera que a conversa entre os quatro líderes políticos e o presidente Karolos Papoulias possa vir a trazer uma margem para um governo formado com mais do que dois partidos. Os líderes gregos, defende Venizelos, têm de enviar uma mensagem de unidade aos gregos e de credibilidade a nível internacional, cita a Bloomberg.

Em declarações após o encontro com o líder da força Gregos Independentes, Antonis Samaras afirmou que haverá espaço para novos encontros com os restantes dirigentes partidários. Ao mesmo tempo, disse que há um amplo entendimento com o Pasok sobre a necessidade de se criar um novo governo.



(Notícia actualizada às 17h43 com posição dos Gregos Independentes; Notícia actualizada pela segunda vez às 17h53 com o último parágrafo)