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Venda privada de dívida pública foi mais cara

As duas emissões deste ano de dívida pública portuguesa com colocação que se pode considerar privada foi globalmente mais cara que a taxa exigida neste momento pelos mercados.

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Numa operação intermediada pelo Deutsche Bank, a República portuguesa colocou no dia 5 de Janeiro, sexta-feira, mil milhões de euros sob a forma de Medium Term Notes (MTN) à taxa de 4,75% para uma maturidade de um ano e meio (18 meses).

A taxa oferecida por Portugal na emissão de MTN é superior à que os mercados estão a cobrar nas emissões de Obrigações do Tesouro (OT) para prazos mais alargados.

A taxa das OT a três anos, por exemplo, está neste momento em torno dos 4,59%.

Os MTN começaram a ser transaccionados na terça-feira, conforme informação da Bloomberg, e a taxa de juro tem estado a descer o que corresponde a uma valorização do título. Neste momento os MTN estão a transaccionar com uma taxa de juro implícita (“yield”) de 4,527%, abaixo dos 4,75% da colocação. Desconhece-se quem adquiriu estes títulos.

As agências noticiosas internacionais têm apontado a China como o comprador dos MTN mas as autoridades portuguesas não confirmam. O ministro das Finanças apenas confirmou que a China esteve presente no leilão de OT que decorreu ontem, quarta-feira.

A outra colocação privada deste ano foi realizada dia 10 de Janeiro e assume a forma de Floating Rate Note (FRN) no montante de 50 milhões de euros para uma maturidade de dez anos mas com uma “put” a dois anos (opção de venda por parte do investidor a um preço contratualmente fixado à partida e que se faz em geral quando quem investe espera que o título desvalorize).

A taxa de juro é a Euribor a seis meses, à qual se somam 270 pontos base. O gestor da operação foi o BPI, de acordo com os dados da Bloomberg.
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