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UE admite negociar com EUA, mas está preparada para reagir "com firmeza" a tarifas de Trump
O comissário europeu acrescentou que a União Europeia é "uma das economias mais abertas do mundo" e que "mais de 70% das importações entram sem serem tributadas".
A União Europeia (UE) declarou esta quarta-feira que não há "nenhuma justificação" para a aplicação de penalizações aduaneiras equacionadas pelo Presidente, Donald Trump, e anunciou que está preparada para reagir com "firmeza e rapidez".
"Há quem diga que as penalizações aduaneiras aplicadas pela UE são superiores às existentes para as importações para os EUA, mas as evidências demonstram que isso é falso", disse o comissário europeu para o Comércio, Maros Sefcovic, em Washington, onde tem em agenda reuniões com o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, com o Representante Comercial dos EUA, Jamieson Greer, e com o principal conselheiro económico de Trump, Kevin Hassett.
O comissário europeu acrescentou que a União Europeia é "uma das economias mais abertas do mundo" e que "mais de 70% das importações entram sem serem tributadas".
Sefcovic indicou, ainda assim, que "baixar as tarifas, até mesmo eliminar para, digamos, produtos industriais, isso é algo que estamos dispostos a discutir". "Incluindo as tarifas para os automóveis", acrescentou.
No entanto, face à possibilidade de a Casa Branca 'apertar' com restrições aduaneiras "sem nenhuma justificação", o representante do executivo comunitário referiu que Bruxelas está preparada para reagir com "firmeza e rapidez".
O Presidente norte-americano, Donald Trump, estimou na terça-feira que a nova taxa sobre os automóveis que tenciona impor à União Europeia a partir de 2 de abril será de cerca de 25%.
Trump acrescentou que, no caso dos semicondutores e dos produtos farmacêuticos, as tarifas serão de 25% ou mais "e vão aumentar muito substancialmente ao longo do ano".
"A União Europeia tem sido muito injusta para connosco. Temos um défice de 350 mil milhões de dólares. Não aceitam os nossos automóveis, não aceitam os nossos produtos agrícolas, não aceitam quase nada, aceitam muito pouco. Vamos ter de corrigir isso e vamos fazê-lo. Não tenho dúvidas". Não tenho dúvidas sobre isso", afirmou em Mar-a-Lago, no âmbito de uma cerimónia de assinatura do decreto-lei e tem repetido ao longo de várias intervenções.