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Theresa May encaixa mais de um milhão e meio de euros em palestras pelo mundo
A ex-primeira-ministra britânica arrecadou mais de um milhão e 450 mil libras, desde 2019, através de discursos feitos em empresas de Wall Street e universidades norte-americanas.
Desde 2019 que Theresa May tem cobrado cachês avultados para realizar palestras em instituições bancárias e universidades. Ao todo, as palestras pelo mundo já valeram a May mais de 1,45 milhões de libras (mais de um milhão e meio de euros).
May não é caso único entre antigos governantes que embolsam avultadas quantias com palestras, mas a ex-primeira-ministra ainda é membro do Parlamento britânico, sendo obrigada a declarar os valores recebidos.
Sebastian Salek, jornalista da Bloomberg, divulgou no Twitter uma imagem com a listagem das verbas recebidas por May.
Just had a cheeky peek at Theresa May's financial interests and let me tell you she is absolutely caning that speakers' circuit. pic.twitter.com/nX5guhnxsM
— Sebastian Salek (@sebastiansalek) October 22, 2020
O famoso banco de investimento JP Morgan Chase contratou a ex-primeira-ministra britânica duas vezes: uma em novembro de 2019, o que valeu à anterior governante mais de 75.000 libras (cerca de 82.000 euros ao câmbio atual), e outra para um evento em abril deste ano, que acabou por ser cancelado, no valor de 160.000 libras (cerca de 175 mil euros).
A anterior líder do Partido Conservador tem sido muito requisitada pelas empresas de Wall Street. A empresa de serviços financeiros UBS pagou à ex-primeira-ministra mais de 100.000 libras (109.000 euros), um valor superior ao que foi desembolsado pela consultora e auditora PricewaterhouseCoopers (96.000 libras, cerca de 105.000 euros) quando contratou os seus serviços. Já a Structured Finance Association pagou 115.000 libras (cerca de 126 mil euros) por um discurso de Theresa May.
Mas não têm sido só as empresas financeiras a requisitar palestras da ainda membro do parlamento britânico (o cargo implica que May terá de tornar públicos os rendimentos obtidos). Também as universidades norte-americanas, Brown University e Trinity University, contrataram a ex-residente no número 10 de Downing Street para realizar discursos.
Theresa May foi primeira-ministra do Reino Unido entre 2016 e 2019, sucedendo a David Cameron, depois de este se ter demitido na sequência do referendo sobre o Brexit que pôs em marcha o processo de saída do Reino Unido da União Europeia. May acabou por se demitir do cargo em 2019, após três tentativas falhadas para chegar a acordo com Bruxelas para o divórcio europeu, sucedendo-lhe Boris Johnson.