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Subida de um ponto aumenta encargo das famílias em 18%

As famílias portuguesas vão, de acordo com cálculos do Banco de Portugal passar a suportar encargos com as amortizações e os juros dos seus empréstimos 18% superiores se as taxas do BCE subirem um ponto percentual nos próximos meses.

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As famílias portuguesas vão, de acordo com cálculos do Banco de Portugal passar a suportar encargos com as amortizações e os juros dos seus empréstimos 18% superiores se as taxas do BCE subirem um ponto percentual nos próximos meses.

Este é o custo pelos elevados níveis de endividamento acumulados pelos agentes económicos portugueses e que são desde há alguns anos considerados um dos pontos fracos da economia nacional. Os dados do Banco de Portugal indicam que o endividamento das famílias já atinge 118% dos rendimento disponível, o que as torna muito expostas a uma subida das taxas de juro.

As causas destes níveis de endividamento estão perfeitamente identificadas e resultaram do ciclo de descida das taxas de juro logo que ficou decidida a adopção do euro e que se manteve com a passagem para o BCE da política monetária. Isto possibilitou a muitas famílias o acesso ao crédito. As empresas também recorram ao endividamento para financiarem as elevadas taxas de crescimento do investimento que se verificou na fase final dos anos 90 e no início do novo século.

O resultado é que o nível de endividamento, quer das empresas quer das famílias, é actualmente um dos mais elevados dos países desenvolvidos.

Nem com a estagnação que a economia portuguesa tem vivido nos últimos anos o crescimento dos níveis de endividamento desaceleraram. É que, apesar do "stock" de dívida acumulado ultrapassar o valor do rendimento disponível, os encargos com juros e amortizações que em média um português tem de suportar mantém-se, devido ao baixo nível das taxas de juro, perto dos 16%. As famílias continuaram, por isso, a sentir-se à vontade para financiar o seu consumo com o recurso ao crédito.

Agora, com as taxas de juro a subir, a factura pode começar a ser paga, até porque a grande maioria dos empréstimos para compra de casa são feitos indexados à Euribor. De acordo com cálculos do Banco de Portugal, a subida de um ponto percentual nas taxas de juro pode significar um acréscimo de 18% nos encargos anuais suportados pelas famílias com os seus empréstimos.

Para os economistas contactados pelo Jornal de Negócios, a subida de juros afecta as famílias e, consequentemente, a economia portuguesa.

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