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Seguro: "Estas não são as medidas do PS"

O secretário-geral do PS desresponsabilizou o partido que agora lidera pelos anunciados cortes no subsídio de Natal e férias dos funcionários públicos e dos pensionistas.

14 de Outubro de 2011 às 10:48
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No debate quinzenal, António José Seguro disse que estas medidas “não são as medidas do memorando da troika nem são as medidas do PS nem o caminho que o PS deseja para Portugal”.

“São medidas violentas e injustas, em particular para quem vive dos rendimentos do trabalho e pensões. São um golpe fortíssimo na já debilitada classe média e não houve qualquer sacrifício exigido ao capital e às empresas que têm mais lucro em Portugal”, referiu Seguro.

O socialista lamentou ainda que não tenha havido “nem uma palavra sobre o emprego nem sobre o crescimento económico do País”, acrescentando “não encontrar razões nenhumas para acontecer o aumento do IVA no sector da restauração”.

“Estas são as suas medidas, as suas escolhas, as escolhas do seu Governo”, completou Seguro, em referência a um orçamento que “corresponde a escolhas políticas do PSD e do CDS, não escolhas do PS”.

Em resposta a Seguro, Passos respondeu que as medidas deste orçamento são suas, “mas o défice que as obriga” não é seu.

E argumentou que “o crescimento e o emprego seriam antes prejudicados se não cumpríssemos os nossos compromissos, se estas fossem metas apenas de intenção e não realizadas”. “O que mais mata o crescimento e emprego é a mentira e a ocultação, quando o País não conhece a real situação em que se encontra”, sublinhou Passos.

Passos reconhece quebra das promessas eleitorais


O líder socialista criticou ainda que estas sejam medidas que “surpreendem os portugueses porque não correspondem, nem de perto nem de longe, às promessas eleitorais” de Passos Coelho. De seguida enumerou o prometido “corte nas gorduras do Estado”, o facto de ter dito ser “um autêntico disparate cortar no subsídio de Natal” e ainda “a taxa social única que disse estar preparada e estudada e foi relegada para as calendas gregas”.

O primeiro-ministro admitiu que estas não são as promessas do PSD, mas são uma resposta a “resultados que surpreenderam todos”. E “mais do que aquilo que o governo tem mostrado de total abertura para ter os números tal como eles se apresentam, sem fantasia, sem remoques, mais clareza não pode haver”, notou Passos Coelho.

“Invocou um desvio orçamental. Exigimos um esclarecimento detalhado sobre qual é esse desvio. Queremos total transparência. Mas uma coisa já sabemos: pelo menos o buraco da Madeira equivale a um subsídio de Natal dos funcionários públicos”, resumiu.

Seguro lembrou ainda ao primeiro-ministro que “na tomada de posse disse que nunca se iria desculpar com o passado”. E chamou Passos Coelho para esse mesmo passado: “foi co-autor do Orçamento do Estado para 2011, co-executor deste OE para 2011 e teve toda a informação sobre o memorando da troika, por isso não pode alegar desconhecimento. Deve-se responsabilizar e deixar-se de desculpas a governar o País”.
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