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Santos Ferreira: "Portugal deve pedir apoio intercalar já"

Presidente do BCP diz que é indispensável que o País peça ajuda ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) quando estiver formado o novo Governo. Enquanto isso, deve solicitar já o apoio intercalar.

04 de Abril de 2011 às 21:14
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“Acho que é indispensável que Portugal peça, neste momento, apoio intercalar à Comissão Europeia”, disse Carlos Santos Ferreira, presidente do BCP, em entrevista no Jornal Nacional da TVI conduzida por Judite de Sousa.

“Recentemente, muita coisa se alterou. A Cimeira de Bruxelas ficou aquém do resultado que prevíamos. O défice ficou acima do expectável e o PEC IV foi rejeitado. Tudo visto, acho que é indispensável que Portugal peça, neste momento, apio intercalar à Comissão Europeia”, sublinhou o presidente do BCP.

Santos Ferreira referiu que, com as eleições, em Julho/Agosto deverá haver um novo governo, que espera que seja um governo “com uma maioria forte e com ideias claras”. Esse novo governo, salientou, terá condições para pedir o apoio do FEEF. “Não tenho dúvidas de que é indispensável pedir o apoio do FEEF. Mas, até lá, julgo perfeitamente indispensável que o país peça um apoio intercalar à Comissão Europeia”, realçou.

Pelas suas contas, a Comissão Europeia, depois de usar 10 mil milhões de euros para a Irlanda dos 60 mil milhões de que dispunha, tem agora disponíveis 50 mil milhões a que Portugal poderá recorrer. “A CE poderá disponibilizar essa verba, ou parte, para apoiar Portugal em Maio, Junho e Julho”, declarou.

Questionado sobre se 10 mil milhões de euros poderá ser um valor almejável, Santos Ferreira disse que a sua estimativa é de certeza superior a 10 mil milhões. “Eu não me atreveria a pedir apenas 10 mil milhões”, advertiu.

O presidente do BCP disse que a realidade em Portugal se alterou “de forma radical” e “se isto não for feito [pedir apoio intercalar], há o risco de a República ter dificuldades em financiar-se, o risco de o sector público empresarial não conseguir cumprir os seus compromissos e o risco de se descer o ‘rating’ da República”.

E, frisou, o corte da classificação da dívida soberana portuguesa “levaria também à descida do ‘rating’ da banca e dos seus activos”.

“A banca portuguesa não está em risco de colapso, mas pode ter problemas devido à descida do ‘rating’ da República e isso é dispensável se se pedir o apoio intercalar já. É urgente que seja pedido”, afirmou.

Relativamente aos tempos que o País vive, relembrou que “já estamos todos a viver tempos difíceis, mas vêm aí tempos ainda mais difíceis”.

“As pessoas estão convencidas que isto é um problema de meses. Eu espero estar enganado, mas acho que estamos perante um problema de anos. Acho que as pessoas vão viver pior. No mínimo, vão viver diferente”, concluiu.

Depois de ouvir o presidente do BCP esta segunda-feira à noite, na terça-feira, dia 5 de Abril, é a vez de Ricardo Salgado, presidente do BES, ter a palavra em directo, no Jornal Nacional da TVI. As entrevistas serão realizadas nos próprios gabinetes dos gestores, por Judite Sousa.

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