Notícia
Robert Shiller: "As Finanças são o motor da civilização moderna"
As Finanças têm um papel determinante na sociedade e a atribuição do prémio Nobel da Economia a uma teoria financeira serve de "reconhecimento" à ciência financeira, explicou Robert Shiller. Ainda assim, o economista reagiu com "descrença" quando recebeu a notícia de que fora laureado.
“Descrença”. Foi a reacção de Robert Shiller quando confrontado com a atribuição do Prémio de Ciências Económicas atribuído pela Real Academia das Ciências sueca. As palavras foram proferidas durante a cerimónia onde foi anunciado os vencedores deste prémio.
A ciência financeira pode ser utilizada para melhorar o bem-estar da humanidade, dado a sua importância na sociedade. O economista Robert Shiller, de Yale, foi contactado durante a apresentação do prémio, na Fundação Nobel, e salientou a importância da ciência financeira na sociedade moderna.
"As Finanças são o motor da civilização moderna. Isto pode parecer estranho a alguns mas é absolutamente verdade. Por isso, a actividade financeira tem ser aquela em que somos melhores”, explicou. “Espero ver a ciência financeira continuar a ser desenvolvida para servir a espécie humana”, concluiu.
Questionado sobre o que representa a atribuição do prémio ao estudo que fez com Eugene Fama e Lars Peter Hansen, ambos da Universidade de Chicago, sobre os preços dos activos, Shiller disse que a disciplina pode melhorar o bem-estar da humanidade.
“Acredito que [ciência] financeira é uma teoria que, apesar de ter muitos elementos controversos, também detém um corpo de conhecimento que é útil à sociedade e vai ajudar a melhorar o bem-estar humano e estou satisfeito de ver que isso foi reconhecido”, resumiu o economista.
No que diz respeito à crise financeira, essa “reflectiu erros e imprecisões do Sistema Financeiro em que já estamos a trabalhos para serem corrigidos. Ainda existe muito por ser feito. Creio que vamos levar décadas [a completar a tarefa], mas já atravessámos crises financeiras muitas vezes no passado e, em geral, aprendemos com elas”, concluiu.