Notícia
Retrato de Rei Carlos III fora das notas australianas
O banco central da Austrália anunciou esta quinta-feira que vai deixar de utilizar o retrato do monarca britânico nas novas notas a serem colocadas em circulação no país, substituído por elementos que homenageiem a cultura aborígene.
02 de Fevereiro de 2023 às 09:22
O Banco de Reserva da Austrália disse que as novas notas de cinco dólares australianos (3,2 euros) não terão o retrato do novo monarca britânico, Carlos III, mas sim elementos da cultura aborígene e das ilhas do estreito de Torres.
O banco central disse que os aborígenes serão consultados sobre as novas notas, que levarão anos para serem desenhadas e impressas, num projeto que "honra a cultura e a história dos primeiros australianos", de acordo com um comunicado.
O retrato de Isabel II apareceu pela primeira vez nas notas de cinco dólares australianos em 1992, por ocasião do 40.º aniversário da ascensão ao trono britânico. Esta era atualmente a única nota que ainda continha o retrato da monarca, que morreu em setembro.
"O monarca [britânico] ainda estará nas moedas, mas a nota de cinco dólares falará mais da nossa história, do nosso património e do nosso país", disse o ministro das Finanças australiano, Jim Chalmers, em conferência de imprensa.
O líder da oposição comparou a decisão a mudar a data do Dia da Austrália. "Eu sei que a maioria silenciosa não concorda com muitas destas parvoíces de esquerda, mas precisamos ouvir mais essas pessoas", disse Peter Dutton à rádio 2GB.
A mudança foi saudada pelo Movimento Republicano Australiano, apontando que os aborígenes viviam na ilha há pelo menos 60 mil anos antes da colonização britânica, em 1788.
"Pensar que um rei não eleito devia estar no nosso dinheiro em vez de chefes e anciãos das Primeiras Nações e australianos proeminentes já não é justificável numa altura de verdade, reconciliação e, finalmente, de independência formal, cultural e intelectual", disse o presidente do movimento, Craig Foster.
O governo trabalhista de Anthony Albanese, que assumiu o poder em maio de 2022, já prometeu realizar um referendo este ano para dar voz aos aborígenes no Parlamento e reconhecer as comunidades indígenas na Constituição.
Os aborígenes, uma das culturas mais antigas do mundo, representam 3,2% da população total da Austrália, mas têm denunciado constantes maus-tratos, além de terem sido despojados das terras e sistematicamente discriminados por instituições, organizações e pela sociedade em geral.
Embora seja um republicano convicto, Albanese disse, depois da morte de Isabel II, que a prioridade era o referendo sobre os direitos políticos dos aborígenes, e não substituir a monarquia por uma república.
Em 1999, os australianos rejeitaram num referendo a mudança para uma república. No então, sondagens realizadas antes da morte de Isabel II mostraram que a maioria dos australianos era favorável ao fim da monarquia.
A questão republicana foi reavivada desde que Albanese chegou ao poder, nomeando prontamente o primeiro "vice-ministro para a república" do país, sugerindo que outro referendo podia ser realizado no futuro.
O banco central disse que os aborígenes serão consultados sobre as novas notas, que levarão anos para serem desenhadas e impressas, num projeto que "honra a cultura e a história dos primeiros australianos", de acordo com um comunicado.
"O monarca [britânico] ainda estará nas moedas, mas a nota de cinco dólares falará mais da nossa história, do nosso património e do nosso país", disse o ministro das Finanças australiano, Jim Chalmers, em conferência de imprensa.
O líder da oposição comparou a decisão a mudar a data do Dia da Austrália. "Eu sei que a maioria silenciosa não concorda com muitas destas parvoíces de esquerda, mas precisamos ouvir mais essas pessoas", disse Peter Dutton à rádio 2GB.
A mudança foi saudada pelo Movimento Republicano Australiano, apontando que os aborígenes viviam na ilha há pelo menos 60 mil anos antes da colonização britânica, em 1788.
"Pensar que um rei não eleito devia estar no nosso dinheiro em vez de chefes e anciãos das Primeiras Nações e australianos proeminentes já não é justificável numa altura de verdade, reconciliação e, finalmente, de independência formal, cultural e intelectual", disse o presidente do movimento, Craig Foster.
O governo trabalhista de Anthony Albanese, que assumiu o poder em maio de 2022, já prometeu realizar um referendo este ano para dar voz aos aborígenes no Parlamento e reconhecer as comunidades indígenas na Constituição.
Os aborígenes, uma das culturas mais antigas do mundo, representam 3,2% da população total da Austrália, mas têm denunciado constantes maus-tratos, além de terem sido despojados das terras e sistematicamente discriminados por instituições, organizações e pela sociedade em geral.
Embora seja um republicano convicto, Albanese disse, depois da morte de Isabel II, que a prioridade era o referendo sobre os direitos políticos dos aborígenes, e não substituir a monarquia por uma república.
Em 1999, os australianos rejeitaram num referendo a mudança para uma república. No então, sondagens realizadas antes da morte de Isabel II mostraram que a maioria dos australianos era favorável ao fim da monarquia.
A questão republicana foi reavivada desde que Albanese chegou ao poder, nomeando prontamente o primeiro "vice-ministro para a república" do país, sugerindo que outro referendo podia ser realizado no futuro.