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Resultados da CGD caem 25,5% (act.)

Os resultados líquidos da Caixa Geral de Depósitos (CGD) caíram, no primeiro semestre, 25,5%. Segundo um comunicado emitido hoje pelo banco estatal, a 30 de Junho de 2004, os resultados líquidos fixaram-se nos 269,1 milhões de euros, contra 361,2 milhões

05 de Agosto de 2004 às 18:10
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Os resultados líquidos da Caixa Geral de Depósitos (CGD) caíram, no primeiro semestre, 25,5%. Segundo um comunicado emitido hoje pelo banco estatal, a 30 de Junho de 2004, os resultados líquidos fixaram-se nos 269,1 milhões de euros, contra 361,2 milhões de euros no semestre homólogo de 2003.

Segundo adianta a CGD, esta diminuição foi fruto da queda do produto bancário, da redução dos resultados extraordinários e do aumento das provisões.

No primeiro semestre deste ano, o produto bancário estabilizou nos 878,8 milhões de euros, o que se traduziu num decréscimo de 6,5%. «A evolução do produto bancário deveu-se, sobretudo, à descida da margem financeira (59,9 milhões de euros) e à quebra de resultados em operações financeiras (45,4 milhões de euros)», adianta a CGD no referido comunicado.

Ao contrário dos outros grandes bancos, que conseguiram compensar a queda verificada na margem financeira com os resultados em operações financeiras, a CGD registou quedas em ambas as rubricas.

Para além da evolução negativa destes indicadores, o banco estatal acumulou ainda uma redução de 91,8% dos resultados extraordinários. No final de Junho, situavam-se nos 3,660 milhões de euros, contra 43,201 milhões de euros um ano antes.

Este decréscimo reflecte «diversos factos não recorrentes, nomeadamente os referentes à correcção de provisões nas contas deste último ano e que, consequentemente, influenciaram a variação face ao semestre em apreço», justifica a CGD.

Nem os resultados de empresas associadas, nomeadamente da Fidelidade-Mundial, conseguiram, à semelhança do que ocorreu em períodos anteriores, evitar a queda dos resultados do grupo CGD.

De acordo com o comunicado de hoje, as empresas associadas contribuíram para o resultado consolidado com cerca de 59 milhões de euros, ou seja, mais 14,4% que no primeiro semestre de 2003.

Deste conjunto de empresas, «sobressai o desempenho da actividade seguradora que por si só se situou em 34,9 milhões de euros, mais 11,4 milhões de euros que no ano anterior, o que representa um crescimento homólogo de 48,5%», acrescenta o comunicado.

Em termos operacionais, a CGD sublinha que a margem financeira «continuou a ser afectada pela descida das taxas de juro», o que teve um impacte relevante na actividade do banco estatal, já que a margem representa cerca de 70% do produto bancário.

Ao contrário dos restantes bancos, as comissões e outras receitas não têm um peso tão significativo como na CGD.

Ainda assim, o comissionamento cresceu, no semestre, 15,6% para os 174,252 milhões de euros.

Ao nível da margem complementar, manteve-se praticamente estável, em cerca de 283 milhões de euros. «Se excluirmos em 2003 as mais-valias da venda do remanescente da participação financeira no Itaú, cerca de 22,5 milhões de euros, tal implicaria um crescimento da margem complementar, este ano, de cerca de 8,2%», adiantou a CGD. Isto, apesar da deterioração dos resultados de operações financeiras.

Ao nível dos custos, a CGD adianta ter mantido uma estratégia de contenção, com os custos de funcionamento a situarem-se nos 490,4 milhões de euros, em alta de 0,2%.

Ao nível do activo líquido, totalizou, no primeiro semestre, 72,6 mil milhões de euros, o que se traduziu num acréscimo de 0,9%.

Entre os activos, salienta-se a progressão das aplicações em instituições de crédito (19,3%), sendo que, porém, o crédito sobre clientes apresentou uma redução de 0,4%.

Esta queda explica-se, segundo a CGD, pelo impacte de duas operações de titularização efectuadas em Novembro passado, no montante de 1,4 mil milhões de euros. Excluindo o efeito destas operações, o crédito sobre clientes teria aumentado 2,6%.

O saldo do crédito bruto totalizou 44,9 mil milhões de euros. A maior fatia cabe à actividade individual da CGD, com 40,5 mil milhões de euros. O Banco Simeón, em Espanha, foi responsável por 1,7 mil milhões de euros, enquanto as empresas de leasing – Locapor e Imoleasing – ficaram com 1,3 mil milhões de euros.

O rácio de transformação de depósitos em crédito situou-se em 96,3%, valor inferior ao do primeiro semestre de 2003, que era de 99,5%.

Quanto aos recursos de clientes, o volume foi de 58,2 mil milhões de euros, ou seja, mais 5,3% que em período homólogo.

Deste montante, 45,7 mil milhões de euros dizem respeito a depósitos, enquanto 10,1 mil milhões de euros são recursos provenientes de outras empresas do grupo, nomeadamente unidades de participação de fundos de investimento (5,2 mil milhões de euros) e seguros de capitalização (4,9 mil milhões de euros).

A CGD realçou ainda que o ROE e o ROA se mantiveram em «níveis aceitáveis» de 15% e 0,8%, respectivamente.

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