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Remuneração média acelera com perda real de salários nos 0,6% no primeiro trimestre

Segundo o INE, ganho total – incluindo subsídios sazonais - seguia a crescer 7,4%, para 1.355 euros. Setor privado regista ganhos reais, mas na função pública salário médio enfrenta perda de valor de 2,5%.

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11 de Maio de 2023 às 11:29
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O valor da remuneração média nacional acelerou no primeiro trimestre deste ano, com as perdas reais dos rendimentos do trabalho a reduzirem-se significativamente, avança nesta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

Face ao período homólogo do ano passado, a remuneração média total – que inclui subsídios de férias e de Natal – seguia a crescer em termos nominais em 7,4%, atingindo os 1.355 euros brutos. Face à evolução da inflação no mesmo período, a perda de valor real no vencimento médio da economia terá ficado em 0,6%.

 

Os dados do INE, que têm por base 4,5  milhões de postos de trabalho e o volume global de remunerações declaradas à  Segurança Social e à Caixa Geral de Aposentações, surgem em linha com aqueles que têm vindo a ser os valores avançados pelo Governo para a evolução dos salários no arranque deste ano.

 

Os dados de início de ano, principal período para atualizações salariais, são significativamente mais favoráveis que os do trimestre final de 2022, período em que o salário médio nacional subia 4,2% e acumulava uma perda real de 5,2%.

O INE calcula também as médias nacionais para o salário mensal habitual, que exclui subsídios, e salário-base. Na remuneração média regular, o crescimento face ao primeiro trimestre do ano passado é de 7,3%, no que também corresponde a uma perda real de 0,6% durante o mesmo período. O valor médio alcançou os 1.211 euros.

 

Já o salário base médio avançou ligeiramente mais, 7,6%, regredindo em termos reais 0,4%. O valor médio correspondeu a 1.138 euros nos primeiros três meses do ano.

Função pública segue a perder 2,5%


Mas as médias para a economia total omitem uma divergência no comportamento entre remunerações do sector privado e do sector público, com o INE a destacar que apenas fora das administrações públicas há registo de algum ganho real. Pelo contrário, a função pública enfrenta no arranque do ano uma desvalorização real de rendimentos de 2,5%.

 

Nas remunerações pagas pelas administrações públicas, a média salarial total conheceu no último ano uma subida de 5,4% em termos nominais, para 1.766 euros brutos, bastante longe de acompanhar o aumento do custo de vida, no que se traduz na referida perda de 2,5%.


Retirando componentes sazonais de retribuição, a subida foi de 5% para 1.670 euros de salário médio habitual com uma perda real estimada em 2,8%.

 

No salário base, a melhoria nominal foi de 5,4%, para 1.579 euros brutos, no que resultou numa diminuição real de 2,4%.


Já a média salarial da globalidade do sector privado conhece alguma melhoria efetiva, ainda que muito ligeira, com o INE a estimar um ganho real de 0,3% na remuneração média total após um avanço nominal de 8,3% no período de um ano. A média salarial no sector privado atinge os 1.274 euros brutos.

 

Sem subsídios, a média das remunerações pagas pelo sector privado cresceu 8,5% para 1.119 euros, com a perda real estimada em 0,5%.

 

Novamente, o salário base conhece uma evolução ligeiramente melhor, avançando 8,8% em termos nominais para 1.051 euros e aumentando no seu valor real em 0,7% face à evolução de preços do último ano.

Ainda assim, observam-se também discrepâncias significativas por sectores de atividade da economia, com mais de metade deles a registarem variações negativas nas médias salariais em termos reais, segundo faz notar o INE.

 

Entre as perdas mais acentuadas estão as dos trabalhadores de bancos e seguradoras, com uma desvalorização real na média salarial total de 3,6%, os trabalhadores da agricultura e pesca (perda de 3%) e das artes e espetáculos (menos 2,9%).

 

Em sentido contrário, os maiores ganhos reais vão para a média salarial total nos organismos internacionais sediados em Portugal (mais 4,8%), no sector da energia (3,9%) e alojamento e restauração, que conhece um ganho real de 1,9%.

Apesar da evolução bastante favorável nas remunerações do sector do turismo, a média salarial total mantém-se a segunda mais baixa da economia, a seguir à da agricultura, nos 934 euros brutos (incluindo subsídios de férias e de Natal). 


Alterado às 13h24, retificando a média salarial total do setor do turismo em termos nominais para 934 euros brutos (793 euros em valores deflacionados pelo INE).

 

 

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