Silvio Berlusconi continua envolto em polémica. O primeiro-ministro de Itália e presidente do clube de futebol AC Milan viu hoje o seu nome divulgado na lista dos Estados Unidos sobre tráfico humano.

O relatório, que o Departamento de Estado dos EUA publica anualmente a partir dos dados provenientes de 180 países, diz que Berlusconi é suspeito de exploração sexual comercial de uma menor marroquina, avança a imprensa internacional.

Berlusconi é acusado de ter mantido relações sexuais com a dançarina marroquina Ruby, cujo nome verdadeiro é Karima El Mahroug, quando esta tinha apenas 17 anos.

“Em Fevereiro de 2011, os juízes marcaram uma data de julgamento para o primeiro-ministro Berlusconi pela alegada exploração sexual comercial de uma menor marroquina; os relatos dos media apontam para a evidência do envolvimento de uma terceira pessoa neste caso, indicando que a rapariga foi vítima de tráfico”, sublinha o relatório.

Segundo o documento do Departamento de Estado norte-americano, há testemunhos de que a marroquina foi vítima de tráfico humano.

A rapariga marroquina terá sido uma das 34 mulheres que marcaram presença nas festas de Berlusconi – as chamadas “festas bunga bunga” – na sua luxuosa “villa”, onde apresentavam espectáculos de dança do varão e de “striptease”, vestidas de freiras e de mulheres-polícia.

O primeiro-ministro – que é também conhecido em Itália como o “il cavaliere” [o cavaleiro], por ter sido ordenado Cavaleiro da Ordem de Mérito do Trabalho, em 1977 – está à espera do julgamento por este “caso Ruby”, acusado de ser também um facilitador de prostituição infantil, de par com várias acusações de corrupção.

No final da semana passada, o jornal italiano “La Republica” divulgou documentos a que teve acesso e que mostram que entre Janeiro de 2007 e Junho de 2008 o primeiro-ministro italiano distribuiu 17 milhões de euros pelos seus amigos e parceiros, incluindo aliados políticos. As entregas de dinheiro a bailarinas, apresentadoras de televisão e actrizes representaram 2,7 milhões de euros desse total, a que se juntaram 337 mil euros em jóias.

A notícia veio a lume no dia 28 de Outubro, um dia depois de Berlusconi apresentar aos líderes europeus um pacote de reformas para ajudar a solucionar os apuros financeiros de Itália.