"A crise financeira, que afectou todo o mundo, obrigou o Reino Unido a reequilibrar a sua economia. Mas a certa altura mais terá de ser feito", disse o economista-chefe do Banco de Inglaterra, Spencer Dale.

O objectivo, como em grande parte da periferia da Zona Euro, é assentar o crescimento económico mais nas exportações e na procura externa do que nas compras do mercado interno, alimentado por crédito às famílias e pelo défice público.

Em 2011, o Reino Unido registou um défice externo ligeiramente inferior a 3% do PIB - um valor modesto mas que os responsáveis querem diminuir - e um défice público de 8,5%, para uma dívida pública que já terá ultrapassado os 80%. O desemprego anual terá ficado nos 7,8%, segundo números do FMI.

Os economistas do Banco esperam que o reequilíbrio seja feito de forma suave, através da desvalorização da libra e deslocamento de factores produtivos de sectores virados para o mercado interno para sectores virados para a exportação - o "cenário benigno" do Banco de Inglaterra.

Outra alternativa é uma redução abrupta das dívidas das famílias, Estado e empresas, que levaria a uma contracção súbita do PIB e aumento rápido da poupança. Neste caso, caberia à política monetária contrariar esta tendência, incentivando os gastos através de juros baixos. A taxa está actualmente nos 0,5%.