Notícia
Reguladores chineses instam chefes da finança internacional a "não apostarem contra a China"
O presidente do banco central da China, Yi Gang, disse que a inflação permanece moderada, abaixo de 3%, em comparação com 8% ou mais em muitas economias ocidentais, e que o país vai manter as políticas de reforma económica.
02 de Novembro de 2022 às 09:50
Os reguladores chineses desvalorizaram esta quarta-feira a crise imobiliária e a desaceleração do crescimento económico do país, pedindo aos investidores estrangeiros para "não apostarem contra a China", numa cimeira financeira realizada em Hong Kong.
Cerca de 200 executivos do setor financeiro estão reunidos para discutir questões relacionadas com a sustentabilidade e riscos no sistema financeiro internacional, na primeira grande conferência realizada na região semiautónoma da China, que deixou de impor quarentena a quem chega do exterior.
O vice-presidente da Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China, Fang Xinghai, pediu aos participantes para visitarem o país asiático, entenderem o que está a acontecer, e "não apostarem" contra a China e Hong Kong.
A imprensa internacional "não entende muito bem a China" e tem uma "visão de curto prazo", descreveu Fang, provocando risos e aplausos da plateia.
Fang e outras autoridades chinesas participaram na conferência através de vídeos gravados com antecedência, uma vez que as viagens de e para a China continental estão limitadas por rigorosos requisitos de quarentena.
O presidente do banco central da China, Yi Gang, disse que a inflação permanece moderada, abaixo de 3%, em comparação com 8% ou mais em muitas economias ocidentais, e que o país vai manter as políticas de reforma económica.
Os comentários parecem visar as preocupações que surgiram depois do 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, realizado no mês passado. O líder Xi Jinping obteve um terceiro mandato de cinco anos, quebrando com a tradição política das últimas décadas, e os membros da ala reformista foram afastados do topo da hierarquia do poder na China.
No dia a seguir à apresentação da nova formação do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista, a bolsa de Valores de Hong Kong afundou 6,5%, para o nível mais baixo desde 2009.
"A China tem perspetivas de alargamento do mercado a longo prazo, já que há ainda muito espaço para o processo de urbanização, e a procura dos consumidores de classe média permanece alta", disse Yi.
A economia da China cresceu a um ritmo anual de 3,9%, no último trimestre, em comparação com o ano anterior, bem abaixo da meta oficial de "cerca de 5,5%". O setor imobiliário enfrenta uma crise de liquidez, à medida que os reguladores tentam conter o aumento da dívida para níveis insustentáveis.
O vice-presidente da Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China, Xiao Yuanqi, procurou tranquilizar os participantes da conferência, ao apontar que o crédito à habitação representa apenas 26% dos empréstimos totais dos bancos e que 90% dos empréstimos são de "boa qualidade".
A lista de participantes inclui os presidentes executivos dos bancos de investimento Morgan Stanley, Goldman Sachs, e outros executivos importantes de instituições como o Citigroup e a Blackstone.
A conferência visa destacar o papel da antiga colónia britânica como um centro financeiro atraente e competitivo.
A cidade continua a ser o "único lugar do mundo onde as vantagens do sistema financeiro internacional e as vantagens únicas da China se unem num só lugar", disse o chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, na abertura do evento.
"Essa convergência única torna Hong Kong num elo insubstituível entre o continente e o resto do mundo, à medida que o centro de gravidade económica do mundo se desloca para o leste", defendeu.
A região foi abalada, em meados de 2019, por protestos pró-democracia, que culminaram na imposição por Pequim da lei de segurança nacional. No ano seguinte, a covid-19 trouxe rígidas medidas de prevenção contra a doença.
Lee disse que o "pior está para trás". O ex-chefe da Segurança da região afirmou que "a lei e a ordem foram restauradas" e que os distúrbios sociais foram resolvidos.
Os organizadores avançaram com a conferência há muito planeada, apesar dos alertas de tempestade tropical, que levaram as autoridades a encerrar as escolas.
Hong Kong ajustou também as medidas de prevenção epidémica para permitir que os participantes jantem em restaurantes específicos. A maioria dos outros viajantes está proibida de o fazer durante os três dias após a chegada.
Os participantes que testarem positivo podem também sair em voos fretados, se quiserem, em vez de ficarem isolados por pelo menos sete dias no território.
Cerca de 200 executivos do setor financeiro estão reunidos para discutir questões relacionadas com a sustentabilidade e riscos no sistema financeiro internacional, na primeira grande conferência realizada na região semiautónoma da China, que deixou de impor quarentena a quem chega do exterior.
A imprensa internacional "não entende muito bem a China" e tem uma "visão de curto prazo", descreveu Fang, provocando risos e aplausos da plateia.
Fang e outras autoridades chinesas participaram na conferência através de vídeos gravados com antecedência, uma vez que as viagens de e para a China continental estão limitadas por rigorosos requisitos de quarentena.
O presidente do banco central da China, Yi Gang, disse que a inflação permanece moderada, abaixo de 3%, em comparação com 8% ou mais em muitas economias ocidentais, e que o país vai manter as políticas de reforma económica.
Os comentários parecem visar as preocupações que surgiram depois do 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, realizado no mês passado. O líder Xi Jinping obteve um terceiro mandato de cinco anos, quebrando com a tradição política das últimas décadas, e os membros da ala reformista foram afastados do topo da hierarquia do poder na China.
No dia a seguir à apresentação da nova formação do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista, a bolsa de Valores de Hong Kong afundou 6,5%, para o nível mais baixo desde 2009.
"A China tem perspetivas de alargamento do mercado a longo prazo, já que há ainda muito espaço para o processo de urbanização, e a procura dos consumidores de classe média permanece alta", disse Yi.
A economia da China cresceu a um ritmo anual de 3,9%, no último trimestre, em comparação com o ano anterior, bem abaixo da meta oficial de "cerca de 5,5%". O setor imobiliário enfrenta uma crise de liquidez, à medida que os reguladores tentam conter o aumento da dívida para níveis insustentáveis.
O vice-presidente da Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China, Xiao Yuanqi, procurou tranquilizar os participantes da conferência, ao apontar que o crédito à habitação representa apenas 26% dos empréstimos totais dos bancos e que 90% dos empréstimos são de "boa qualidade".
A lista de participantes inclui os presidentes executivos dos bancos de investimento Morgan Stanley, Goldman Sachs, e outros executivos importantes de instituições como o Citigroup e a Blackstone.
A conferência visa destacar o papel da antiga colónia britânica como um centro financeiro atraente e competitivo.
A cidade continua a ser o "único lugar do mundo onde as vantagens do sistema financeiro internacional e as vantagens únicas da China se unem num só lugar", disse o chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, na abertura do evento.
"Essa convergência única torna Hong Kong num elo insubstituível entre o continente e o resto do mundo, à medida que o centro de gravidade económica do mundo se desloca para o leste", defendeu.
A região foi abalada, em meados de 2019, por protestos pró-democracia, que culminaram na imposição por Pequim da lei de segurança nacional. No ano seguinte, a covid-19 trouxe rígidas medidas de prevenção contra a doença.
Lee disse que o "pior está para trás". O ex-chefe da Segurança da região afirmou que "a lei e a ordem foram restauradas" e que os distúrbios sociais foram resolvidos.
Os organizadores avançaram com a conferência há muito planeada, apesar dos alertas de tempestade tropical, que levaram as autoridades a encerrar as escolas.
Hong Kong ajustou também as medidas de prevenção epidémica para permitir que os participantes jantem em restaurantes específicos. A maioria dos outros viajantes está proibida de o fazer durante os três dias após a chegada.
Os participantes que testarem positivo podem também sair em voos fretados, se quiserem, em vez de ficarem isolados por pelo menos sete dias no território.