Notícia
"Se Espanha precisa de ajuda, deve pedi-la"
Porta-voz da comissão de Finanças do parlamento alemão diz que Mariano Rajoy tem "evidentemente um problema de comunicação". Se precisa de ajuda europeia, deve pedi-la.
24 de Setembro de 2012 às 11:47
Michael Meister, membro da CDU de Angela Merkel e porta-voz da comissão de Finanças do Bundestag, deu hoje mostras de impaciência em relação ao Governo espanhol, acusando o primeiro-ministro de fazer um discurso ziguezagueante sobre um eventual resgate a Espanha.
"Ele tem de explicar qual é a situação", diz Meister em entrevista à Bloomberg TV. "Se precisa de ajuda tem de o dizer", acrescenta, depois de referir que Mariano Rajoy tem "evidentemente um problema de comunicação".
Meister assegura ainda que há "abertura" da Alemanha para negociar empréstimos europeus para financiar o Estado espanhol, para além dos 100 mil milhões de euros já acordados para recapitalizar a banca, mas estes terão de ficar necessariamente associados a uma "condicionalidade estrita".
Segundo vários jornais espanhóis e também o "Financial Times" o governo espanhol, em conjunto com as autoridades europeias, está a definir um programa de reformas económicas que abrirá caminho a um resgate ao país.
A demora no pedido de ajuda estaria relacionada com o desejo do Governo de incluir as medidas que serão provavelmente exigidas pelos parceiros, a troco de um resgate, já na proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, que poderá ser revelada ainda esta semana.
"De facto, a Comissão Europeia (CE) está em contacto directo com as autoridades espanholas para completar este importante programa de reformas estruturais, mas a responsabilidade final é do governo espanhol", confirmou Simon O'Connor, porta-voz do comissário Olli Rehn.
O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, anunciou que o governo adoptará dia 27 de Setembro um "plano nacional de reformas" com um "calendário estrito" para cumprir as metas do défice prometidas a Bruxelas (6,3% do PIB em 2012, 4,5% em 2013 e 2,8% em 2014).
De qualquer maneira, o porta-voz europeu negou que este plano seja o início de um resgate mais amplo. "Absolutamente não", disse.
Uma fonte europeia, citada pela AFP, refere, porém, que a "consequência lógica de tudo isso é que, caso a Espanha peça ajuda à Zona Euro, a Comissão poderá responder dizendo-lhe que está tudo pronto e portanto não serão exigidos esforços adicionais".
Nesse caso seria um resgate "light", na forma de uma linha de crédito preventiva – expediente novo desde o início do ano à disposição dos fundos europeus (FEEF/MEE).
O Governo alemão têm dado indicações nesse sentido, sublinhando que não vê necessidade de um resgate global para a Espanha, quarta economia da união monetária, e talvez consiga mesmo prescindir de qualquer ajuda. "A minha opinião é que a Espanha já está no bom caminho. Não precisa de um programa suplementar. O que a Espanha precisa é da confiança dos mercados", declarou na sexta-feira ministro alemão de Finanças, Wolfgang Schäuble. "
Os mercados parecem ter regressado a uma certa acalmia depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado a sua intenção de voltar a comprar dívida pública no mercado secundário para travar a subida dos juros, apoiando desse modo os países mais frágeis da Zona Euro.
Na quinta-feira, Espanha conseguiu vender obrigações a dez anos, com uma taxa média de 5,666%, longe dos 6,647% exigidos em 2 de Agosto.
"Ele tem de explicar qual é a situação", diz Meister em entrevista à Bloomberg TV. "Se precisa de ajuda tem de o dizer", acrescenta, depois de referir que Mariano Rajoy tem "evidentemente um problema de comunicação".
Meister assegura ainda que há "abertura" da Alemanha para negociar empréstimos europeus para financiar o Estado espanhol, para além dos 100 mil milhões de euros já acordados para recapitalizar a banca, mas estes terão de ficar necessariamente associados a uma "condicionalidade estrita".
Segundo vários jornais espanhóis e também o "Financial Times" o governo espanhol, em conjunto com as autoridades europeias, está a definir um programa de reformas económicas que abrirá caminho a um resgate ao país.
"De facto, a Comissão Europeia (CE) está em contacto directo com as autoridades espanholas para completar este importante programa de reformas estruturais, mas a responsabilidade final é do governo espanhol", confirmou Simon O'Connor, porta-voz do comissário Olli Rehn.
O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, anunciou que o governo adoptará dia 27 de Setembro um "plano nacional de reformas" com um "calendário estrito" para cumprir as metas do défice prometidas a Bruxelas (6,3% do PIB em 2012, 4,5% em 2013 e 2,8% em 2014).
De qualquer maneira, o porta-voz europeu negou que este plano seja o início de um resgate mais amplo. "Absolutamente não", disse.
Uma fonte europeia, citada pela AFP, refere, porém, que a "consequência lógica de tudo isso é que, caso a Espanha peça ajuda à Zona Euro, a Comissão poderá responder dizendo-lhe que está tudo pronto e portanto não serão exigidos esforços adicionais".
Nesse caso seria um resgate "light", na forma de uma linha de crédito preventiva – expediente novo desde o início do ano à disposição dos fundos europeus (FEEF/MEE).
O Governo alemão têm dado indicações nesse sentido, sublinhando que não vê necessidade de um resgate global para a Espanha, quarta economia da união monetária, e talvez consiga mesmo prescindir de qualquer ajuda. "A minha opinião é que a Espanha já está no bom caminho. Não precisa de um programa suplementar. O que a Espanha precisa é da confiança dos mercados", declarou na sexta-feira ministro alemão de Finanças, Wolfgang Schäuble. "
Os mercados parecem ter regressado a uma certa acalmia depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado a sua intenção de voltar a comprar dívida pública no mercado secundário para travar a subida dos juros, apoiando desse modo os países mais frágeis da Zona Euro.
Na quinta-feira, Espanha conseguiu vender obrigações a dez anos, com uma taxa média de 5,666%, longe dos 6,647% exigidos em 2 de Agosto.