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"Quem faz mais do mesmo tem apenas o que sempre teve"

Ayr Consulting prevê tendências de consumo no Brasil e EUA e aponta agora as baterias para o Chile, Roménia e Polónia

"Quem faz mais do mesmo tem apenas o que sempre teve"
02 de Outubro de 2012 às 12:00
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Luís Rasquilha | A Ayr prevê comportamentos dos consumidores para que as empresas possam inovar.


Fazer previsões pode ser um negócio arriscado. Até muito recentemente, poucos imaginavam a crise que iria assolar a Europa. Mas para a Ayr, fazer previsões faz parte do dia-a-dia.
"Não é arriscado ir ao supermercado? O risco existe todos os dias em tudo o que fazemos.

Quem faz mais do mesmo tem apenas o que sempre teve. O que eu quero dizer é que se as empresas nesta fase complicada quiserem sobreviver, têm de perceber que fazendo o que sempre fizeram não terão sucesso. É preciso arriscar e apontar ao futuro se lá quiserem chegar", diz Luís Rasquilha, CEO da empresa, ao Negócios.

A Ayr analisa o comportamento dos consumidores para que as empresas possam desenhar as suas estratégias para o futuro. "O objectivo ao criar esta empresa foi o de construir uma metodologia efectiva de aplicação das tendências nas empresas, seja em termos de inovação, estratégia ou comunicação", explica o responsável.

Luís Rasquilha adianta que por trás da criação da Ayr Consulting, em 2009, esteve "a ideia de construir algo que pudesse usar a prospecção e a visão das tendências para dar às empresas oportunidades de negócio que ainda não tinham encontrado. É um nicho de mercado, até porque continuamos hoje a ser a única empresa no mundo com este posicionamento", explica o responsável. O objectivo da Ayr é dar elementos às empresas que permitam a" inovação através das tendências e mentalidades dos consumidores".

O responsável explica como é que a Ayr trabalha as tendências. "São estudadas pelas redes mundiais de 'coolhunting' [Science of the Time, Trendwatching, CoolHunter, só para citar algumas], que produzem os relatórios de observação de tendências", explicou. Depois, "a nossa unidade 'Trends Research Center' [Centro de Investigação de Tendências] produz a validação do conteúdo e certifica a sua utilização nos projectos de consultoria", adiantou o responsável.

"O sucesso não se mede pelas tendências, mas pela sua aplicação e, neste campo, quando as tendências são aplicadas aos negócios o sucesso é garantido", diz Luís Rasquilha, que não quis adiantar os nomes das empresas que recorrem à consultora.

O CEO da Ayr realça que "neste momento estamos com 50% do volume de negócio a vir de fora, valor que aumentará em 2013, uma vez que vamos abrir mais mercados". A empresa está presente, além de Portugal, no Brasil, EUA, Espanha e "brevemente Chile, Polónia e Roménia", diz. Portugal e Brasil representam ainda a maior fatia dos negócios da empresa, mas o responsável diz que, "a tendência é equilibrar o peso entre Brasil e EUA".






Perguntas a Luís Rasquilha, Presidente da AYR Consulting


"Hipotecámos o nosso País e a nossa economia"


Como é que vêem o mercado nacional neste momento? Quais os obstáculos e vantagens?
"Disclaimer": eu sou e amo ser português. Portugal tem muitas coisas boas e muitas coisas más. Não sou economista, mas sou informado o suficiente para perceber que as políticas económicas e fiscais seguidas pelos governos vão destruir o pouco valor que a nossa economia tem. Atingimos o ponto de saturação. Por mais que se aumentem impostos, e porque o consumo se reduz, não se dá a volta ao défice. Depois há o contágio psicológico da crise que abala e afecta a performance das pessoas.

E qual é o papel de Portugal nos negócios da consultora?
Portugal é para nós um mercado importante como "labtest" [laboratório de testes], onde as nossas metodologias foram testadas e usadas com sucesso, mas não tem dimensão nem escala, sendo isso uma característica e não um defeito. Só se torna defeito porque se está a matar o tecido empresarial com uma política desastrosa para a criação de valor. Hipotecámos o nosso País e a nossa economia e isso gera grandes dificuldades na captação de negócio e nos recebimentos atempados por parte dos clientes. Criou-se a política do pagar tarde ou não pagar. Isto é impensável no Brasil e nos EUA então nem se fala…

Como está a empresa neste momento? Estão a reagir bem à crise?
Digo-lhe que felizmente estamos bem. Conseguimos em três anos de vida atingir o "break-even" e investir na abertura de escritórios em outros países, quase sempre com o resultado gerado pela operação.






Ideias-chave

Ayr factura 50% no estrangeiro e quer aumentar o peso dos mercados externos nas vendas


1. Empresa criada em 2009
A AYR foi fundada em 2009 (Fevereiro) ainda que tenha começado a ser desenhada em Maio de 2008, quando Luís Rasquilha conheceu numa conferência Carl Rohde, fundador e CEO da Science of the Time, a mais antiga rede de pesquisa de tendências, com sede na Holanda.

2. Principais mercados
A empresa está neste momento presente em Portugal, Brasil, EUA, Espanha e, brevemente, no Chile, Polónia e Roménia. Portugal e Brasil representam ainda a maior fatia, mas a tendência é equilibrar o peso entre Brasil e EUA. Em Portugal, o negócio está mais pequeno, mas a empresa usa o país como laboratório de testes para os seus produtos.

3. Facturação no estrangeiro
Neste momento a Ayr está com 50% do volume de negócio a vir de fora, valor que deverá aumentar em 2013, uma vez que a empresa irá estender o seu negócio a mais mercados.

4. Resultados
O responsável não quis adiantar resultados, mas realçou que "conseguimos em três anos de vida atingir o 'break-even' e investir na abertura de escritórios em outros países, quase sempre com o resultado gerado pela operação".



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