As alterações climáticas fizeram parte do Discurso da União de Barack Obama. O presidente dos Estados Unidos apelou a todos os congressistas – mesmo os cépticos – para votarem a favor da legislação do clima e da energia.

"Mesmo que duvidem da evidência, uma coisa é certa, conceder incentivos para a eficiência energética e para as energias alternativas é a melhor coisa a fazer pelo nosso futuro", afirmou Obama durante o Discurso da União proferido ontem à noite no Congresso dos Estados Unidos.

"A Nação que liderar a economia 'verde' vai ser a Nação que vai liderar a economia global, e a América deve ser essa Nação", defendeu o presidente dos Estados Unidos.

Obama afirmou claramente que a Casa Branca apoia a nova legislação sobre o clima – que deverá ser votada ainda este ano pelo Senado norte-americano. Mas sublinhou que apoia uma solução bipartidária, ou seja, que inclua políticas energéticas defendidas pelos republicanos e rejeitadas pelo seu próprio partido (principalmente a construção de novas centrais nucleares e a exploração de petróleo "offshore").

"Isso significa construir uma nova geração de centrais nucleares limpas e seguras. Isso significa tomar decisões difíceis sobre a abertura de novas áreas 'offshore' para exploração de gás e de petróleo. Isso significa manter os investimentos em biocombustíveis e novas tecnologias de carvão", explicou Obama.

De acordo com o "The Guardian", a proposta de construir novas centrais nucleares visa "ajudar" o senador democrata John Kerry e o republicano Lindsey Graham a obter um apoio mais alargado no Senado.

A legislação do clima não enfrenta apenas a oposição de alguns membros do partido republicano mas também de alguns democratas dos Estados mais dependentes do petróleo, do carvão e da indústria e que receiam o impacto económico desta legislação.

Por esse motivo, Obama usou no seu discurso expressões como postos de trabalho ligados à energia verde ou novos tipos de energia rentáveis.

A legislação do clima inclui, entre outras coisas, um mercado de licenças de carbono que já foi aprovado pela Casa dos Representantes em 2009.