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Qualidade da água de Castelo de Bode após incêndios preocupa autarca

O impacto dos incêndios na qualidade da água da albufeira de Castelo de Bode, que abastece cerca de dois milhões de portugueses, preocupa a presidente da Câmara de Abrantes, que hoje pediu uma reunião de trabalho sobre o assunto.

Reuters
22 de Agosto de 2017 às 23:08
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"À volta da albufeira há uma grande mancha de área ardida, não só no concelho de Abrantes, mas também em Vila de Rei, Tomar, Sertã e Ferreira do Zêzere", disse hoje aos jornalistas Maria do Céu Albuquerque, afirmando ser necessário "marcar com carácter de urgência uma reunião com todos aqueles que têm captações de água na albufeira" para encontrar uma resposta que minimize os impactos negativos.

No seu entender, é necessário "trabalhar rapidamente no sentido de consolidar as áreas ardidas, evitando fenómenos de erosão e de deposição de cinzas que tendem a acontecer, incluindo no período de inverno, com consequências ainda mais graves".

A autarca falava no final de uma reunião do executivo daquele município do distrito de Santarém, na qual foi aprovado um voto de louvor aos bombeiros e outras entidades envolvidas nas operações.

"Todos estes concelhos são abastecidos a partir da albufeira de Castelo de Bode e também não nos podemos esquecer que a própria área metropolitana é abastecida através da EPAL (Empresa Portuguesa das Águas Livres) aqui no Castelo de Bode. Portanto, impõe-se que se estude que impacto é que estes incêndios - e os fenómenos de erosão e de deposição de cinzas que irão acontecer - poderão ter na qualidade da água", defendeu.

Além de duas casas de habitação, os danos materiais decorrentes dos incêndios deste verão "ainda não estão totalmente contabilizados" em Abrantes.

O município foi afectado por um grande incêndio que ali lavrou entre os dias 9 e 13 de Agosto e, mais recentemente, por um outro proveniente de Mação, que causou preocupação na freguesia de Mouriscas.

"Em relação ao incêndio de Abrantes, que começou no Souto e que acabou às portas da cidade, temos um perímetro de incêndio que é mais do que cinco mil hectares e ainda não temos dados em concreto que nos permitam contabilizar as áreas não ardidas, que felizmente existem", afirmou, referindo que no primeiro incêndio ardeu totalmente uma casa de primeira habitação e uma outra parcialmente, ambas em Aldeia do Mato.

Ainda esta semana, observou, durante o 'briefing' do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), a autarquia pretende "propor a constituição de um grupo de trabalho para o ordenamento do território".

"Será um projecto global para o norte do concelho de rearborização das áreas afectadas", afirmou.
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