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Proteção Civil pagou o dobro por golas antifumo que nada filtram e são inflamáveis

O ministro da Administração Interna mandou abrir um inquérito urgente sobre contratação de material de sensibilização para incêndios, na sequência de notícias sobre golas antifumo com material inflamável distribuídas no âmbito do programa "Aldeias Seguras".

Vítor Mota/Correio da Manhã
27 de Julho de 2019 às 13:44
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"Face às notícias publicadas sobre aspetos contratuais relativamente ao material de sensibilização, o ministro da Administração Interna pediu esclarecimentos à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e determinou a abertura de um inquérito urgente à Inspeção-Geral da Administração Interna", lê-se no comunicado divulgado pelo Ministério da Administração Interna, este sábado, 27 de julho.

 

O Jornal de Notícias noticiou na sexta-feira que 70 mil golas antifumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, que custaram 125 mil euros, foram entregues pela Proteção Civil no âmbito dos programas "Aldeia Segura" e "Pessoas Seguras".

 

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) disse então que os materiais distribuídos no âmbito dos programas não são de combate a incêndios nem de proteção individual, mas de sensibilização de boas práticas.

 

Questionado pelos jornalistas, em Mafra, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, considerou "irresponsável e alarmista" a notícia e sublinhou a importância do programa que está em curso em mais de 1.600 aldeias do país, assegurando que a distribuição das golas antifumo não põe em causa nem o projeto nem a segurança das pessoas.

 

Na sua edição deste sábado, o Jornal de Notícias revela que a Proteção Civil pagou o dobro do preço pelas 70 mil golas antifumo - as quais, afinal, não protegem do fumo - à empresa Foxtrot Aventuras.

 

Com um "valor de mercado de 74 cêntimos cada", o jornal garante que o Estado "deu 1,80 euros" , tendo a consulta sido feita "a cinco empresas sem experiência no ramo".

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