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Proença: "As pessoas querem esquecer que assinaram o memorando"

O secretário-geral da UGT diz que há uma "campanha de desinformação" sobre o conteúdo do acordo tripartido. Respondendo às críticas, João Proença argumenta que o acordo atenua o impacto de algumas medidas do memorando da troika.

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João Proença defendeu esta manhã que conseguiu atenuar o impacto de algumas das medidas previstas no memorando da troika. O secretário-geral da UGT considera que há uma "campanha de desinformação" na base das críticas que estão a ser feitas à central sindical, por ter assinado o acordo.

"Há uma campanha de desinformação que está a produzir alguns resultados, mas as pessoas estão habituadas a um clima de mentira depois dos acordos", afirmou aos jornalistas João Proença, confessando que está "irritado" com alguns comentários.

"Estou revoltado com alguns comentários profundamente injustos mas isto é normal, as pessoas são livres de exprimir as suas opiniões e os órgãos da UGT de assumir e tomar as suas decisões. A UGT é governada pelos seus orgãos, não pelos comentadores externos, nomeadamente pelos que querem destruir a UGT", concluiu.

O antigo secretário-geral da UGT, Torres Couto, afirmou ontem à TVI que o acordo de concertação social pode ser a "certidão de óbito" da UGT, na medida em que não prevê contrapartidas para os trabalhadores.

"Certidão de óbito vamos ver daqui a um ano", respondeu João Proença aos jornalistas, numa referência ao próximo Congresso, no qual abandonará o cargo como secretário-geral.


UGT diz que o acordo é mais protector que o memorando, Governo discorda

João Proença mostrou-se irritado pelas notícias e comentários que comparam a legislação que se avizinha com a que hoje está em vigor.

O secretário-geral da UGT prefere comparar o acordo tripartido com o memorando da troika e com as decisões que o Governo tem vindo a anunciar nos últimos meses.

"As pessoas querem fazer esquecer que negociaram e acordaram o memorando da troika", afirmou, salientando que conseguiu atenuar o impacto de várias medidas.

"Dou-lhe vários exemplos de medidas que estavam no memorando da troika e que não estão neste acordo: uma razão de despedimento, o problema do congelamento da negociação colectiva, nomeadamente em termos de instrumento de regulamentação. Não está lá a diminuição dos prazos de caducidade das convenções. E há outras coisas que não estão lá. Nós de facto defendemos os trabalhadores dizendo que aquele memorando da troika tal como estava formulado não era aceite", afirmou.

Declarações proferidas aos jornalistas depois do discurso em que o primeiro-ministro fez uma leitura ligeiramente diferente.

"Conseguimos em vários aspectos ser mais ambiciosos, mais inovadores e mais audazes do que constava dos nossos compromissos internacionais", afirmou Pedro Passos Coelho, no discurso que marcou a assinatura do acordo tripartido.
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