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Pressão dos prazos e sobrecarga de trabalho afetam mais de 40% da população empregada

A pressão dos prazos e a sobrecarga de trabalho afetam mais de 40% da população empregada, segundo dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

As medidas para conter a pandemia pararam a atividade das empresas e as consequências no emprego só não foram piores graças ao lay-off.
Mariline Alves
11 de Novembro de 2020 às 13:02
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De acordo com o INE, em 2020, 165,1 milhares de pessoas dos 15 aos 74 anos empregadas no segundo trimestre ou nos 12 meses anteriores, referiram ter tido pelo menos um acidente de trabalho durante esse período, representando 3,2% da população empregada.

Em 2013, esta percentagem era de 4%, indica.

A ocorrência de acidentes de trabalho continua a ser referida principalmente por pessoas dos 35 aos 44 anos (3,5%) e mais por homens (3,7%) que por mulheres (2,6%), sinaliza.

Segundo o INE, em 2020, os trabalhadores da construção já não são os mais afetados pela ocorrência de acidentes de trabalho nos 12 meses anteriores à entrevista, registando-se uma diminuição do risco de acidentes nesta atividade, de 5,8% em 2013 para 4%.

Em 2020, 482,5 milhares de pessoas dos 15 aos 74 anos referiram ter tido algum problema de saúde causado ou agravado pelo trabalho, menos 56,7 milhares de pessoas que em 2013.

Os problemas de saúde continuam, segundo o INE, a afetar principalmente as mulheres, com 7,8%, em comparação com 5,9% no caso dos homens.

A existência de problemas é mais frequente a partir dos 55 anos de idade.

Os problemas ósseos, articulares ou musculares no seu conjunto foram identificados em 2020 como os mais graves por 59,9% da população com pelo menos um problema de saúde relacionado com o trabalho.

No segundo trimestre, 82,2% das pessoas empregadas indicaram que estavam expostas a fatores que podiam afetar a saúde física no seu local de trabalho, mais 6,6 pontos percentuais que em 2013.

Os movimentos repetitivos da mão e do braço foram os mais frequentemente referidos pelos inquiridos (66,3%).

Por outro lado, 54% das pessoas empregadas referiram a exposição a fatores de risco para a saúde mental no seu local de trabalho, mais 17,2 pontos percentuais do que em 2013.

Do conjunto de fatores individualizados no inquérito, foram identificados com maior frequência a forte pressão de prazos ou a sobrecarga de trabalhos (43,1%) e o contacto com pessoas problemáticas, mas não violentas (clientes, pacientes, alunos, cidadãos, etc.), com uma prevalência de 37,1%.

A propósito, o INE recorda que, em 2013, se assistia ao terceiro ano consecutivo de contração da atividade económica tendo nesse ano o emprego registado uma redução de 2,6%, e que, no contexto da pandemia, a informação disponível para os três primeiros trimestres deste ano aponta para uma redução da atividade económica nesse período.

No entanto, o funcionamento do mercado de trabalho apresenta características distintas, sendo de sublinhar o elevado volume de pessoas empregadas a trabalhar a partir de casa ou em regime de 'lay-off' simplificado no segundo trimestre de 2020.

Em particular, a população empregada dos 15 aos 74 anos a trabalhar a partir de casa ascendeu a mais de um milhão de pessoas, quase um quarto da população empregada daquele grupo etário, o que poderá ter constituído um dos fatores para a redução da incidência dos acidentes de trabalho em 2020.
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