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Presidente da Carris diz Estado terá que assumir custos históricos

O Estado não pode deixar de assumir a responsabilidade nos custos históricos da Carris, defendeu hoje o presidente da empresa, Silva Rodrigues, durante um almoço debate promovido pelo Conselho de Transportes da AIP.

28 de Abril de 2004 às 16:48
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O Estado não pode deixar de assumir a responsabilidade nos custos históricos da Carris, defendeu hoje o presidente da empresa, Silva Rodrigues, durante um almoço debate promovido pelo Conselho de Transportes da Associação Industrial Portuguesa (AIP).

O presidente da empresa quantifica em mais de 500 milhões de euros os custos históricos que a empresa tem no seu balanço e que não podem ser resolvidos ao nível operacional ou pela iniciativa da própria administração.

Silva Rodrigues realçou a urgência da tomada de medidas por parte do Estado, face à obrigatoriedade da Carris, sociedade anónima, cumprir o artigo 35º do Código das Sociedades Comerciais, segundo o qual metade do capital social não pode estar perdido em prejuízos acumulados, sob a pena de ser declarada a sua dissolvência.

O presidente da Carris reconhece que há ganhos de gestão a obter na estrutura de custos da empresa, que não é suficientemente eficiente. Da mesma forma considera ainda que há ganhos de eficácia a obter ao nível da operação.

A empresa tem em curso um plano de redução de 1.200 efectivos, tendo negociado já saídas com cerca de 800 trabalhadores.

A Carris está ainda a realizar a reestruturação da dívida com a consequente redução de encargos financeiros, e racionalização de custos ao nível de manutenção e das instalações. Nesta área, vai libertar para projectos imobiliários o terminal de Cabo Ruivo e parte do terminal da Ajuda que visam obter proveitos para financiar a constituição de um Fundo de Pensões.

Do lado da oferta, a empresa está a reestruturar a rede e a trabalhar numa operação mais concertada com o metropolitano de Lisboa. As duas empresas fizeram uma proposta conjunta de reformulação de tarifário para 2004 que não foi aceite na sua totalidade pelo Governo.

Silva Rodrigues reconhece que a contenção dos custos e optimização da oferta não chega para equilibrar as empresas, mas defende que o aumento dos proveitos – designadamente do preço dos bilhetes – para cobertura de custos não é a solução. Haverá sempre um «gap» que terá de ser financiado pelo Estado.

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